Deputados da bancada evangélica usaram a comissão de
Direitos Humanos, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para fazer
críticas à campanha do Ministério do Saúde de prevenção à Aids e redução do
preconceito, que tem uma peça com a frase "Eu sou feliz sendo
prostituta". Os deputados decidiram pedir informações ao ministério sobre
o tema. A peça, veiculada na internet, foi retirada do ar por ordem do ministro
da Pasta, Alexandre Padilha, após a divulgação do tema.
O assunto entrou em debate com uma manifestação do deputado
João Campos (PSDB-GO). "Esse governo tem uma capacidade de buscar uns
temas que me assusta. Eu sou feliz sendo prostituta, diz campanha do Ministério
da Saúde do governo Dilma Rousseff. Não tem outra política pública decente para
fazer?", questionou. "Já vejo os títulos das próximas campanhas. Sou
adúltero, sou feliz. Sou incestuoso, siga-me. Sou pedófilo, sou feliz, sou
realizado".
Outros parlamentares fizeram manifestações na mesma linha.
"Estamos combatendo a prostituição infantil e vem uma campanha
incentivando. Você está combatendo, tirando das ruas, aí vem a campanha dizendo
que é feliz, ninguém é feliz", disse a deputada Liliam Sá (PSD-RJ).
"A mulher não nasceu para ser prostituta, nasceu para ser mãe de
família", afirmou Costa Ferreira (PSC-MA).
Houve ataques ao governo e a parlamentares que defendem a
legalização da profissão de prostituta. "Infelizmente a prática da
prostituição não é crime. Agora, quando se trata de Estado brasileiro patrocinando
é crime, é apologia à prostituição, é um crime praticado pelo Estado, pelo
governo", disse Marcos Rogério (PDT-RO). "Tudo tem a ver com o
mercado da prostituição, essa indústria que está de olho na Copa e
Olimpíada", afirmou Pastor Eurico (PSB-PE).
Feliciano não fez uma manifestação sobre o tema, mas apoiou
a iniciativa do deputado Roberto Lucena (PV-SP) de pedir informações ao
Ministério da Saúde. "Vamos fazer esse requerimento de informação ao
Ministério da Saúde sobre essa famigerada campanha", disse o presidente da
comissão de Direitos Humanos.
Fonte: Uol
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