Na assembleia geral da primavera da Conferência Episcopal
Alemã, em fevereiro, em Trier, o cardeal da Cúria Walter Kasper havia proposto
que se refletisse sobre uma função diaconal feminina específica, uma espécie de
"diaconisa de comunidade".
O arcebispo de Friburgo e presidente da Conferência
Episcopal Alemã, Robert Zollitsch, explicou nesse domingo, na conclusão da
Assembleia Diocesana de Friburgo, que quer se comprometer "pelos novos
serviços e cargos eclesiais", "para que sejam abertos também às
mulheres, como por exemplo um diaconato específico para as mulheres". E
que fará isso "com base na doutrina da Igreja Católica".
Os diáconos trabalham ao lado do padre na pastoral. Esse
tipo de diaconato é um primeiro estágio rumo à ordenação sacerdotal e inclui,
dentre outras coisas, um tipo de vida celibatária. Não deve ser confundido com
o "diaconato permanente". Este último é uma forma de função diaconal
que é entendida como função independente, como um serviço em âmbito espiritual,
de caridade ou pastoral, e não como uma primeira etapa para o ofício
presbiteral. Neste caso, trata-se de homens, normalmente casados, com família.
Mesmo esses diáconos permanentes devem ser mais diferenciados das diaconisas,
sobretudo pela consagração a eles reservada.
Na assembleia geral da primavera da Conferência Episcopal
Alemã, em fevereiro, em Trier, o cardeal da Cúria Walter Kasper havia proposto
que se refletisse sobre uma função diaconal feminina específica, uma espécie de
"diaconisa de comunidade". Até o presidente da Comissão de Pastoral
da Conferência Episcopal, Dom Franz-Josef Bode, havia acolhido favoravelmente
essa proposta.
Nesse sentido, segundo Kasper, é possível conectar-se com a
tradição particular das diaconisas na Igreja primitiva, que ainda hoje continua
em algumas Igrejas ortodoxas orientais. De acordo com Kasper, uma participação
das mulheres na função presbiteral e no diaconato específico correspondente dos
homens não é possível por motivos dogmáticos.
O bispo de Regensburg, Rudolf Voderholzer, também não vê
possibilidade para a consagração de mulheres como diaconisas. Como a função de
padre e bispo, o diaconato também pertence, em sua opinião, inseparavelmente ao
sacramento da Ordem, e este é, de acordo com a tradição da Igreja fundada sobre
as Escrituras, reservado a homens, explicou Voderholzer nesse domingo no site
da diocese.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou o fato de que "o
percentual de mulheres envolvidas em cargos de direção que não pressupõem a
ordenação deve ser sensivelmente aumentado". Uma abadessa ou uma
superiora-geral, uma conselheira de ordinariato ou uma diretora de uma escola
eclesial teria "muito mais possibilidades organizacionais de uma nova
função sacramental de serviço organizacional para as mulheres", explicou
Voderholzer.
Independentemente desses problemas, os bispos católicos de
Trier haviam se comprometido a aumentar significativamente o percentual de mulheres
em cargos de direção.
Bispos alemães
estão divididos sobre o diaconato feminino
Dentro da Conferência dos Bispos da Alemanha, as opiniões
sobre o diaconato feminino divergem diametralmente. Enquanto o presidente da
Conferência Episcopal, Robert Zollitsch, na conclusão da Assembleia Diocesana
de Friburgo, prometeu se comprometer para criar uma nova função na Igreja
Católica para as diaconisas, o bispo de Regensburg, Rudolf Voderholzer, também
no domingo, não via nenhuma possibilidade para uma ordenação de mulheres como
diaconisas.
Nessa segunda-feira, o Comitê Central dos Católicos Alemães (Zentralkomitee
der Katholiken, ZdK), celebrou o "dia da diaconisa". Voderholzer
explicou no site da sua diocese que, assim como a função de presbítero e de
bispo, o diaconato também pertence inseparavelmente ao sacramento da Ordem.
Esse sacramento, segundo a tradição da Igreja fundada sobre as Escrituras, é
reservado aos homens.
Zollitsch, no fim de semana, diante de 300 delegados da
Assembleia Diocesana de Friburgo, expressou-se de forma diferente. Ele afirmou
que, segundo a agência de notícias católica KNA, iria apoiar uma nova função
eclesial diaconal para as mulheres. Ou seja, ele se comprometeria "pelos
novos serviços e funções que estão abertos também às mulheres, como por exemplo
um diaconato específico para as mulheres". E que faria isso "com base
na doutrina da Igreja Católica".
Ele prometeu que retomaria também as outras propostas de
reforma eclesiais desenvolvidas: "Nada será esquecido ou ficará perdido.
Comprometo-me a manter essas questões em discussão", disse Zollitsch. Por
exemplo, ele tem a intenção de ir ao encontro dos divorciados em segunda união
que até agora são excluídos de aspectos importantes da vida eclesial – por
exemplo, da comunhão.
Na Baviera, ao contrário, Dom Voderholzer não vê nenhuma
possibilidade para a ordenação de mulheres como diaconisas. Além disso, em sua
opinião, uma abadessa, uma superiora-geral, uma conselheiro de ordinariato ou
uma diretora de uma escola eclesial teria "muito mais possibilidades
organizacionais" do que em uma nova função sacramental de serviço para as
mulheres. E nisso ele se referia especificamente às atuais declarações de
Zollitsch.
Na Assembleia Geral da primavera da Conferência Episcopal
Alemã, o cardeal da Cúria Walter Kasper havia proposto que se refletisse sobre
uma função diaconal feminina específica, um tipo de "diaconisa da
comunidade". Até o presidente da Comissão de Pastoral da Conferência
Episcopal, Dom Franz-Josef Bode, havia acolhido favoravelmente a proposta.
Nesse sentido, segundo Kasper, é possível conectar-se à
tradição particular das diaconisas na Igreja primitiva, que ainda hoje continua
em algumas Igrejas ortodoxas orientais.
Essa função, no estado atual da pesquisa, era
fundamentalmente diferente da função diaconal dos homens, que hoje constitui
uma fase inicial da ordenação a presbítero e a bispo. Por isso, uma
participação das mulheres na função presbiteral e no correspondente diaconato
específico dos homens não é possível por motivos dogmáticos.
Independentemente desses problemas, os bispos católicos
haviam se comprometido a aumentar sensivelmente o percentual de mulheres em
posições de direção que não pressupõem a ordenação.
A formação das diaconisas já está em andamento
O Comitê Central dos Católicos (ZdK) e a Rede Diaconato
Feminino (Netzwerk Diakonat der Frau) não pretendem aceitar a situação atual e,
por isso, celebram juntos no dia 29 de abril o "Dia da Diaconisa"
pela primeira vez. "Trata-se de fazer com que esse tema esteja no centro
das atenções e que lhe seja conferida uma importância pública", disse a
presidente da Rede, Irmentraud Kobusch, ao site oficial da Igreja Católica na
Alemanha, www.katholisch.de (Bonn ): "Simplesmente, chegou a hora. Há
muito tempo se delineia uma situação em que as gerações mais jovens não
resistirão por muito tempo". Por muito tempo, a pergunta ficou sem
resposta.
Segundo a intenção dos organizadores, o "Dia da
Diaconisa" é acima de tudo em favor da Igreja, explicou Kobusch. Cerca de
80% do serviço ao povo da Igreja é fornecido por mulheres.
Isso significa que a Igreja ganharia muito em credibilidade
se as mulheres estivessem presentes na função do diaconato. Naturalmente, as
mulheres podem cuidar dos doentes ou cuidar dos sem-teto, sem por isso receber
a ordenação. Mas algumas dessas mulheres se sentem "chamadas para a função
de diaconisa".
A Rede ofereceu a essas mulheres, há alguns anos, a
possibilidade de seguir essa vocação e de se qualificar para um serviço de
direção em uma Igreja diaconal. Portanto, tratou-se de algo mais do que uma
preparação para um caso puramente teórico, declarou Kobusch: "As 23
mulheres que nós formamos até agora dão ao diaconato feminino um rosto e uma
história da sua vocação para a sua esperança. Ele também contribuem para testar
concretamente na vida o que poderia realmente significar um diaconato
feminino".
Fonte: Ihu
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