sexta-feira, 1 de março de 2013

Polícia desarticula rede de prostituição


Duas jovens, de 20 e 21 anos, e o proprietário de um supermercado foram presos, de forma preventiva, ontem em Porto Velho com a deflagração da Operação Lâmia, que desbaratou uma rede de exploração sexual de adolescentes, envolvendo cerca de 20 garotas com idades entre 13 e 16 anos. 

O serviço foi desvendado pelo Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), durante a investigação de um esquema de pedofilia, iniciada há seis meses, de acordo com informações do procurador-geral do MPE, Héverton Alves de Aguiar, durante coletiva de imprensa realizada ontem.

As adolescentes agenciadas pelas duas jovens eram acionadas por telefone celular para os programas sexuais. “São garotas de origem humilde, todas de Porto Velho, a maioria estudantes que moravam na perifeira da cidade com as respectivas famílias, as quais muitas vezes nem sabiam do que estava acontecendo porque os encontros amorosos ocorriam durante o dia”, segundo o procurador. Já a ‘clentela’ era formada por pessoas de alto poder aquisitivo. Os programas custavam entre R$ 50 e R$ 150.

Durante a operação foram aprendidos livros e computadores, pelos quais será verificado se existem outros envolvidos no esquema de aliciamento de adolescentes. O procurador considera que poderão ser feitas novas prisões. As duas jovens, Débora Francisca Lopes e Michele Araújo Silva foram presas no presídio feminino e o empresário José Edmar de Souza foi encaminhado para o presídio Panda. Ele era usuário frequente da rede de prostituição e foi preso em casa acusado de estupro contra vulnerável, sendo que a Polícia encontrou quatro armas sem registro na residência, uma delas com a numeração raspada. Os três foram indiciados pelo crime de exploração sexual a vulneráveis, com penas que podem chegar a 15 anos de prisão.

Segundo Héverton Aguiar, a pouca idade das agenciadoras indicam que elas também estão na prostituição desde muito jovens. “O que mais chama a atenção é ver pessoas com situação favorável se valendo desta situação para explorar a condição socioeconômica destas adolescentes, se valendo da sua vulnerabilidade, retirando delas o direito à dignidade. Todas eram muito humildes, de famílias pobres”, disse ele.

RESPONSABILIZAÇÃO

As garotas que eram aliciadas estão sendo ouvidas como testemunhas no Juizado da Infância e da Adolescência e posteriormente serão encaminhadas para tratamento psicossocial. Os pais das adolescentes poderão ser responsabilizados pelo envolvimento das mesmas em prostituição, por omissão e até mesmo por conveniência com o aliciamento das menores, informa Marcelo Bessa, secretário estadual de Segurança Pública.

De acordo com o secretário, o caso está sendo divulgado para abrir a possibilidade de denúncias de outras pessoas envolvidas com prostituição de menores. Ele informa que a prostituição geralmente envolve outros tipos de crimes, como o tráfico de drogas e armas. A Operação Lâmia contou com a participação de 40 policiais e foi deflagrada no início da manhã de ontem. O nome da operação é uma alusão à mitologia grega, segundo a qual Lâmia era uma rainha da Líbia, que se tornou um demônio devorador de crianças.
Fonte: Diário da Amazonia

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