Estima-se que mais de mil crianças e mulheres jovens sejam transportadas anualmente de Moçambique para África do Sul em busca de uma vida melhor
Bispos de Angola, Botswana, Lesotho, Namíbia, Swazilândia,
Zimbabwe, e ainda do Gana, vão congregar-se Centro de Conferências das Irmãs
Franciscanas Hospitaleiras de Mumemo, em Marracuene, província de Maputo.
Participam numa acção de formação sobre direitos humanos,
com enfoque para o problema do tráfico de seres humanos - um problema que os
religiosos consideram muito grave, havendo diz Dom Ernesto Maguengue, Bispo de
Pemba, a necessidade de o erradicar desta parte do continente africano
Esta acção de capacitação que terá como formadores
especialistas e personalidades moçambicanas e sul-africanas, entre os quais o
Procurador-Geral da República de Moçambique, Augusto Paulino, e Thoko
Majokweni-Sipamia, Directora Especial do Ministério Público para Assuntos
Comunitários e Crimes Sexuais da África do Sul.
Entre os formadores estão igualmente especialistas do Fundo
das Nações Unidas para a Infância, UNICEF.
Esta acção de formação é organizada conjuntamente pela
SANTAC e IMBISA. A SANTAC é a Rede de Organizações da África Austral que lutam
contra o Tráfico e Abuso de Crianças e a IMBISA é a Associação Inter-Regional
dos Bispos Católicos da África Austral.
No final da formação, e numa conferência de imprensa, os
bispos católicos irão divulgar o seu posicionamento e compromisso de acção,
face a este fenómeno que, segundo diz um comunicado de imprensa publicado pela
SANTAC e pela IMBISA, “atenta contra a dignidade humana”.
Embora as estatísticas sejam difíceis de obter, estima-se
que mais de mil crianças e mulheres jovens sejam transportadas anualmente de
Moçambique para África do Sul em busca de uma vida melhor.
Essas pessoas acabam sendo envolvidas ou sendo vítimas de
abuso sexual ou outras formas de exploração, como sucedeu com três raparigas
traficadas por uma outra moçambicana que, no ano passado, foi condenada à
prisão perpétua por um Tribunal Regional de Pretória.
A ré, que está a cumprir pena na África do Sul,
chama-se Aldina dos Santos e este caso, considerado dos mais mediáticos de
sempre, é conhecido por Caso Diana.
Fonte: Voz de America
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