Iniciativa, chamada "Tira a mão: é hora de dar um
basta", busca mostrar que a roupa curta não é convite e que o
"não" e a vontade da mulher devem ser respeitados.
Pelo direito de a mulher ocupar, à vontade, o lugar de
regente, batuqueira, foliã ou o que ela quiser no Carnaval, sem medo e com
liberdade, integrantes de blocos de rua de Belo Horizonte lançaram nesta
segunda-feira (20) uma campanha contra o assédio durante a folia na capital. A
iniciativa, chamada "Tira a mão: é hora de dar um basta", busca mostrar
que a roupa curta não é convite e que o "não" e a vontade da mulher
devem ser respeitados.
A preocupação tem fundamento, visto que, de acordo com uma
pesquisa divulgada no ano passado pela organização internacional de combate à
pobreza ActionAid, 86% das mulheres brasileiras ouvidas já sofreram assédio em
público em suas cidades. No Carnaval, que vai atrair 2,4 milhões de pessoas à
cidade, o temor cresce. "Não queríamos precisar falar sobre isso, mas
ainda é necessário, ainda vamos preocupadas com a roupa, com ir sozinha, beber
e por onde andar. A mulher já está na rua e sempre esteve à frente do Carnaval,
e a gente quer se divertir sem medo", afirmou a representante do bloco
Chama o Síndico e uma das organizadoras da campanha, Renata Chamilet.
A ideia da campanha surgiu após uma matéria veiculada por O
TEMPO sobre o desfile blocos de rua feministas da capital, no último dia 22,
receber comentários machistas na internet. O Clandes Tinas, com bateria e
organização compostas exclusivamente por mulheres, era um deles. "Muita
gente achou que, sem o apoio dos homens, não conseguiríamos desfilar. Teve
homem que assediou, que foi lá só para nos xingar, mas conseguimos ir para a
rua com luta e resistência. Todas nós vamos estar na rua no Carnaval, e
participar juntas dessa campanha é uma forma de gritar contra o assédio e o
machismo", afirmou uma das organizadoras do bloco, Raíssa Bettinelli.
Para difundir a ideia do respeito do no Carnaval, vídeos,
fotos, peças e uma marchinha, da compositora Brisa Marques, serão divulgados
nas redes sociais. Além disso, a ideia é que os blocos de rua que apoiam a
iniciativa, que já somam mais de 30 até o momento, divulguem a campanha nos
dias dos desfiles.
Ouça a marchinha:
Fonte: O Tempo
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