A jovem contou
que um homem puxou a parte de cima de seu biquíni e a agrediu durante o
Carnaval de rua de São Paulo
A atriz
Carolina Froes, de 22 anos, foi a um bloco de Carnaval na zona oeste de São
Paulo no último sábado, dia 18, para vender “geladinho” com as amigas. Após
quatro horas de trabalho, elas decidiram ir para outro local, onde também
estava acontecendo uma festa de rua.
Em meio à
multidão no caminho até o metrô, um homem alto e muito forte desamarrou a parte
de cima de seu biquíni. “Eu olhei para trás e gritei: ‘você tá louco?’ Depois,
dei um soco na cara dele”, afirma a jovem em entrevista ao Catraca Livre.
O agressor foi
para cima da vítima, que continuou tentando se proteger do abuso. Depois, ele a
pegou pelo pescoço. “Nisso, tinham aberto uma roda entre milhares de pessoas
que estavam lá. Eu gritava: ‘ele tirou a minha roupa, alguém chama a polícia’,
mas ninguém fez absolutamente nada.”
Em seguida, o
homem ergueu Carolina e a jogou no chão. Ela acabou caindo em cima de seu
braço, que ficou muito roxo. “Levantei e cinco pessoas me seguraram, mas
ninguém segurou o cara. Eu estava com o peito de fora, foi uma situação muito
humilhante”, conta. Neste momento, o rapaz foi embora sozinho e dando risada.
“Na hora que
ele saiu de lá, eu comecei a chorar sem parar e saí andando. Só queria ir para
a minha casa. O que me deixou pior foi ninguém ter feito nada. É revoltante”,
completa.
No Facebook, a
jovem decidiu relatar o caso para apoiar outras mulheres que já foram vítimas
de abuso e fortalecer o movimento contra o machismo no Carnaval. “Me trancar em
casa e deixar de sair é exatamente o que aquele cara quer: tirar a minha
liberdade e me privar”, ressalta.
“Eu estou mal,
mas sei que a culpa não foi minha. Eu amo o Carnaval. O que aconteceu comigo no
sábado é abuso, é assédio, é agressão, é violência. É criminoso e doentio. O
Carnaval continua. Eu continuo no Carnaval. Eu continuo na rua e na vida. Essa
é a minha resposta”, finaliza.
Denuncie
A história
relatada por Carolina mostra que a violência contra a mulher ainda está muito
presente no Carnaval. Em um levantamento feito pelo Catraca, 82% das leitoras
afirmaram já terem sofrido assédio sexual nesta época do ano.
O procedimento
padrão para denunciar é registrar boletim de ocorrência em uma delegacia,
relatando com detalhes o acontecimento. A mulher pode levar consigo as
testemunhas que presenciaram a cena ou outro tipo de prova que ela
eventualmente tiver, como fotos e vídeos.
Já o
disque-denúncia 180 é um serviço especializado em atender casos de violência
contra a mulher e funciona 24 horas por dia. As atendentes são sempre mulheres
e dão orientações, esclarecem dúvidas e registram denúncias de agressões.
Campanha
#CarnavalSemAssédio
Fonte: Catraca
Livre
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