O debate ao redor da legalização,
dos direitos trabalhistas e até mesmo do significado pessoal e social da
prostituição é importante e espinhoso. Opiniões divergentes e sentidos
múltiplos não faltam, tanto para a afirmação feminina de maneira geral quanto para
os direitos dessas trabalhadoras e cidadãs.
A fotógrafa Alicia Vera
trabalhava como assistente de marketing para clubes de strip em São Francisco,
nos EUA, quando decidiu começar a fotografar as strippers. Foi assim que
conheceu Eden, uma das dançarinas, que trabalhava também como profissional do
sexo. Assim que Vera viu Eden pela primeira vez, percebeu que havia nela uma
energia especial. Ela então decidiu registrar a vida cotidiana de Eden, para
além de somente seu ofício. Eden topou, e as duas imediatamente se tornaram
amigas.
A grande surpresa para Vera foi
perceber que o ofício de Eden era quase que em sua totalidade como um trabalho
de escritório qualquer. O sexo de fato representava parte diminuta do seu dia a
dia. Na maior parte do tempo, Eden trabalhava com divulgação e organização de
seu negócio.
“O sexo era a menor parte do
trabalho. Durava entre 10 a 15 minutos. Depois que o cliente ia embora, o resto
do tempo era ela postando anúncios novamente”. O desejo então também se tornou
mostrar que ela não era somente uma prostituta – o trabalho era uma parte de
sua vida, e nada mais.
Para Vera, o mais importante
desse projeto é ilustrar a vida cotidiana e normal de uma profissional. “Eu não
o vejo como um projeto sobre uma prostituta”, ela diz, “mas sim sobre uma mulher
tentando se encontrar”. As fotos mostram que somos todos humanos, enfrentando
os mesmos dilemas emocionais, as mesmas frustrações, irmanados pelas
dificuldades que toda vida possui, independentemente de nossas profissões.
Empatia talvez seja a palavra
chave para se entender a necessidade de se descriminalizar, tanto legalmente
quanto culturalmente, a prostituição – em se tratando de sexo consensual, entre
dois adultos, sem qualquer coerção, exploração ou abuso. Até mesmo para que
essas bases trabalhistas e humanas possam estar garantidas, é fundamental que
não só as leis como nossos olhares na direção dessas profissionais se
transformem.
Rejeitar ou criminalizar a
prostituição não faz com que ela deixe de existir, mas sim, que essas mulheres
e homens estejam mais expostos à violência, à exploração e às barbáries em
geral que o preconceito desperta.
Fonte:www.hypeness.com.br
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