Atualmente, pelo menos 200
milhões de meninas e mulheres já foram submetidas à mutilação genital feminina
em 30 países, de acordo com um relatório do UNICEF. Prática viola direitos
humanos e pode até mesmo levar à morte. Secretário-geral da ONU lembrou que
países prometeram acabar com a prática até 2030.
Diversas lideranças das Nações
Unidas pediram nesta semana que o mundo elimine a mutilação genital feminina
até o ano 2030, afirmando que a prática é “violenta” e marca as meninas para
sempre, além de pôr sua saúde e suas vidas em perigo e privando-as de seus
direitos. Além disso, destaca a ONU, nega às meninas a oportunidade de atingir
seu pleno potencial.
“Nunca antes foi mais urgente –
ou mais possível – acabar com a prática da mutilação genital feminina, evitando
o sofrimento humano incomensurável e aumentando o poder de mulheres e meninas
de ter um impacto positivo em nosso mundo”, disse o secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, em uma mensagem para o Dia Internacional da Tolerância
Zero para a Mutilação Genital Feminina, marcado anualmente em 6 de fevereiro.
O chefe da ONU ressaltou que os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados por unanimidade pelos
Estados-membros das Nações Unidas no ano passado, contêm uma meta específica
que pede o fim da prática até 2030.
“Hoje, eu uso a minha voz e
convoco outros a se juntar a mim na capacitação das comunidades que estão
ansiosas por mudança”, declarou Ban. “Conto com os governos para respeitar os
seus compromissos, com o apoio da sociedade civil, dos profissionais de saúde,
da mídia e dos jovens.”
Atualmente, pelo menos 200
milhões de meninas e mulheres já foram submetidas à mutilação genital feminina
em 30 países, de acordo com um novo relatório estatístico publicado pelo Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O documento observa que metade
das meninas e mulheres que sofreram com a prática vive em três países – Egito,
Etiópia e Indonésia. O relatório também destaca, por meio de estudos de caso,
que a mutilação genital feminina é uma questão global de direitos humanos,
afetando meninas e mulheres em todas as regiões do mundo.
“A mutilação genital feminina é
diferente entre as regiões e culturas, com algumas formas que envolvem riscos
para a saúde e até mesmo risco de morte. Em todos os casos, a mutilação genital
feminina viola os direitos de meninas e mulheres”, disse a vice-diretora
executiva do UNICEF, Geeta Rao Gupta.
Desde 2008, mais de 15 mil
comunidades e subdistritos em 20 países declararam publicamente que estão
abandonando a prática, incluindo mais de 2 mil comunidades no ano passado.
Cinco países aprovaram legislação nacional que criminaliza a mutilação genital
feminina. Os dados também indicam a desaprovação generalizada da prática, com a
maioria das pessoas em países onde existem dados opinando que ela deve terminar
– sendo dois terços de meninos e homens.
A taxa global de progresso, no
entanto, não é suficiente para alcançar o crescimento da população. A ONU diz
que, se as tendências atuais continuarem, o número de meninas e mulheres
submetidas à mutilação genital feminina irá aumentar significativamente nos
próximos 15 anos.
“Todos nós devemos aderir a este
apelo. Simplesmente não há lugar para a mutilação genital feminina no futuro
que estamos nos esforçando para criar – um futuro onde cada menina vai crescer
capaz de experimentar a sua dignidade inerente, seus direitos humanos e a
igualdade até 2030”, disse o diretor executivo do Fundo de População das Nações
Unidas (UNFPA), Babatunde Osotimehin, e o diretor executivo do UNICEF, Anthony
Lake, em um comunicado conjunto.
Fonte: Compromisso e Atitude
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