O que está na hora de acontecer é esses homens
ficarem mais cientes das atitudes e das coisas que falam e colocar na balança
as consequências de cada palavra.
Nunca falei sobre machismo ou
feminismo. Não gosto dessas palavras e nem de rótulo nenhum, hoje em dia parece
que os rótulos tiram a sua liberdade de pensar sobre qualquer coisa. Se você
pensa A sobre o assunto B você é C e não tem mais o direito de pensar diferente
sobre mais nada.
Vou continuar não falando sobre
machismo e feminismo (até mudar de ideia) pois não sou nem uma coisa nem outra
(feministas piram com isso) mas não sou nada, não sou ninguém; sou apenas eu.
Quero deixar claro que isto é apenas o que eu vejo acontecer, não ponho culpa
em ninguém nem em rótulo nenhum.
Eu recebo as atualizações do
Think Olga por e-mail e confesso que não leio tudo e nem concordo com tudo,
acho algumas coisas radicais demais e isso me cansa.
Esses dias compartilharam o link
deste site no meu Facebook e resolvi parar para ler o post “O machismo também
mora nos detalhes” e concordei com tudo o que li, porque eu passei por isso,
passo por isso e passei por aquilo minutos depois de terminar a minha leitura;
a situação só não tinha um nome pra mim, não sabia bem o que era que estava
acontecendo.
Para você entender o que vou
falar vou resumir o texto rapidão.
Ele fala sobre os diversos tipos
de machismo invisível que existe por aí e a gente nem se da conta, o Think Olga
trouxe 4 tipos deles: manterrupting, bropriating, mansplaining e gaslighting.
São termos em inglês e não existe uma tradução, mas eu trago a explicação que
eles colocaram no site para vocês.
·
#manterrupting: Quando uma mulher não consegue
concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.
·
#bropriating: Quando, em uma reunião, um homem
se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela.
·
#mansplaining:
É quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como
se não fosse capaz de compreender, afinal você é uma mulher.
·
#gaslighting: Violência emocional por meio de
manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela
enlouqueceu ou que é incapaz.
Já conversei várias vezes sobre isso, comigo
mesma, claro. Em meus poucos anos vi muito disso acontecer, com outras e
principalmente comigo (digo principalmente porque é mais fácil de ver as coisas
acontecerem quando se está na própria pele). E pensei muitas vezes em desistir
de tudo.
Vi esse tipo de coisa acontecer
todo dia e houve algumas manhãs em que eu acordava chorando sabendo que teria
que passar por tudo de novo. Cheguei a me culpar muitas vezes, e achar que tudo
isso que acontecia era por minha causa e era eu quem provocava esse tipo de
tratamento. Só depois fui perceber que eu não fazia absolutamente nada pra
merecer ser tratada desta maneira.
E não venham com “não fez nada
pra merecer, mas e pra isso parar? Você fez alguma coisa?”. Tentei, e tentei
muito. Tentei da forma que sabia fazer, ignorar. Claro que não deu certo e
continuei tentando da forma que podia pois achava que a culpa era minha. Mudei
a maneira de falar com as pessoas, a maneira de agir com elas e ainda sim isso
não parava, então fui mudando mais e mais até chegar o ponto em que eu estava
totalmente agressiva e na defensiva com qualquer tipo de comentário ou
“brincadeira”. Me isolei e só falava o necessário e acabei exagerando. Me
isolei tanto que nem para o necessário eu era necessária. Entende?
O que mais vejo acontecer, ao
menos comigo, são: manterrupting, gaslighting e uma versão do que seria o
bropriating.
Nunca falei nada a respeito.
Nunca sentei pra conversar abertamente sobre isso com ninguém, pois as pessoas
(lê-se: homens) não dão a mínima pra esse tipo de coisa. Te acham louca, que
você está na TPM, que tudo não passa de impressão sua, que você precisa de
homem ou resumem tudo com o termo “mal comida”. Conversar foi a minha ultima
coisa que passou pela minha cabeça. Eu pensava, “porque falar se as pessoas que
precisam ouvir não querem nem saber e vão te chamar de louca? Talvez eu seja
louca mesmo!”.
Não sei se é machismo mesmo ou
falta de educação, mas agora essas situações já tem um nome pra mim e isso é um
começo. Agora sei também que a culpa não é minha e que também não estou
sozinha. O que está na hora de acontecer é esses homens ficarem mais cientes
das atitudes e das coisas que falam e colocar na balança as consequências de
cada palavra. O fato é que isso não é coisa de gente louca, é coisa séria e
pode acabar com a vida e a saúde emocional de qualquer um.
Digo “os homens” nesse caso
específico, mas todos nós devemos ficar mais conscientes das coisas que falamos
por aí, e sim, isso me inclui.
Vale muito a pena parar para ler
o texto no Think Olga. É rapidinho e não vai doer, eu prometo. E se tiver uma
história para contar pode deixar nos comentários ou mandar um e-mail.
Fonte: http://arianimartins.com/
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