A cultura patriarcal continua fazendo
vítimas cotidianamente. Superar a assimetria na relação entre homens e mulheres
é um grande desafio para todos aqueles e aquelas que sonham com uma sociedade
justa e igualitária. Construir um mundo em que as diferenças de gênero, raça,
credo, orientação sexual etc. não sirvam como elementos legitimadores da
opressão é a tarefa destacada das/dos comunistas.
Por Olgamir Amancia
Nesse sentido, o nosso desafio é
trazer para a luz do dia aquilo que, por muito tempo, permaneceu debaixo do
tapete: as práticas de violência contra a mulher. Chamar a atenção para a
dimensão social e cultural dessas práticas. Cabe a nós, também, exigir a
punição do agressor, com base na Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha e a
proteção às vítimas.
A cada 90 minutos, uma mulher é
assassinada no Brasil e ter consciência desse fato é fundamental para superar a
naturalização da violência de gênero e compreender que esta violência decorre
das relações sociais, instituídas nos marcos de uma sociedade patriarcal.
O machismo predominante na
sociedade faz uma inversão dos acontecimentos e das responsabilidades
decorrentes dos atos violentos. Muitos são os casos de pessoas que,
contaminadas por essa lógica, remetem à vítima da violência a condição de
culpada. Ou seja, a mulher deixa de ser vítima e é acusada de ser a causa da
violência.
Este fenômeno, para ser
enfrentado, exige uma postura revolucionária de homens e mulheres na ação
contínua pela desconstrução da cultura patriarcal, atuando para fortalecer a
vítima e assegurando que ela dê o passo fundamental no combate dessa prática: a
denúncia.
Pela convicção de que a denúncia
é uma forma de superar a invisibilidade da violência praticada contra a mulher
e, por consequência, é o caminho de ruptura com o ciclo por ela estabelecido,
nós, mulheres e homens do PC do B, manifestamos o nosso apoio e solidariedade à
companheira Juliana Gonçalves que, no dia 7 de maio, foi agredida fisicamente
por Rony Rodrigues Terêncio.
Ao agir, registrando a ocorrência
na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Juliana exerceu a
sua condição cidadã e, ao fazer isso, colocou em movimento o sistema de justiça
com vistas à punição do agressor.
Mas, para além desse
imprescindível desdobramento, esta atitude é exemplar para muitas outras
Julianas, Teresas, Antonias que, por desconhecerem o seu direito a uma vida sem
violência, continuam submetidas a dor, a tristeza, ao esvaziamento de si
mesmas.
Decorre daí a necessidade de
desvelarmos as relações sociais entre homens e mulheres tais como acontecem e
agirmos no sentido de legitimar a luta das mulheres por sua emancipação.
É certo que a luta pela
emancipação das mulheres deve tê-las como protagonistas. Porém precisa ser
entendida como uma luta de homens e mulheres, de todos e todas que acreditam
que é possível sim, construir uma sociedade muito melhor que essa em que
vivemos.
Olgamir Amancia é professora da
Universidade de Brasília (UnB) e secretária da Mulher do PCdoB-DF
Fonte: Vermelho
Um comentário:
Vc copiou isso de um site da internet
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