terça-feira, 30 de junho de 2015

Riqueza dos 80 mais ricos do mundo equivale a 3,5 bilhões dos mais pobres

A riqueza dos 80 mais ricos do planeta é "aproximadamente a mesma que a de 3,5 bilhões das pessoas mais pobres". A declaração é do relator da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, Philip Alston, que disse que esse é um motivo de vergonha. O especialista falou na 29ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, que está sendo realizada em Genebra.


Ele mencionou a proporção após dizer que o aumento dramático dos níveis de desigualdade foi "a maior mudança social nas últimas décadas". Alston destacou que isso não ocorreu apenas entre ricos e pobres, mas entre super-ricos e o resto.

O relator afirmou que, em muitos casos, os 40% dos menores beneficiários da distribuição de renda regrediram. Para ele, a situação deve-se às atuais escolhas políticas e "as tendências continuam aumentando dramaticamente".

Para o especialista, deve-se reconhecer que a preocupação não é apenas com os desequilíbrios na renda mas com uma "série de desigualdades extremas em relação à riqueza como acesso à educação, à saúde, à habitação" e outras.

Alston propôs uma resposta baseada nessas ameaças profundas para os direitos econômicos, sociais e culturais mas também "pelo fato dos direitos civis e políticos serem prejudicados pela extrema desigualdade".

Por último, o relator declarou que o Conselho deve tomar várias medidas para o fim da desigualdade. Alston pediu aos 47 Estados-membros do órgão que façam mais para resolver o problema além de adotar somente um documento com "belas palavras".

Para o especialista, as instituições econômicas internacionais preocupam-se com o desgaste do tecido social, com o enfraquecimento da confiança nas instituições e com a ameaça à justiça e à instabilidade macroeconômica.

Outros fatores apontados foram o subaproveitamento de recursos humanos e os riscos da captura dos sistemas econômicos e políticos.

As Nações Unidas estão fazendo os acertos para criar a nova agenda global com foco em ações de desenvolvimento sustentável.

O especialista considerou um passo significativo a última versão da proposta por que ela faz uma referência aos direitos humanos. Mas chamou a atenção ao fato de nenhum desses 17 objetivos expressarem explicitamente os direitos fundamentais.

Fonte: Brasil Post

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