Estereótipos sobre o
comportamento feminino são entraves à prática esportiva de meninas, avaliou a
diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do
Esporte, Cássia Damiani. Ela chefiou a pesquisa Diagnóstico Nacional do
Esporte, divulgada hoje (22) no Rio de Janeiro. Os dados mostram que as meninas
ingressam no esporte mais tarde e que as mulheres praticam mais atividades
físicas que esportes.
Segundo a pesquisa, 41,6% dos
homens começam a praticar esporte entre os 6 e os 10 anos, enquanto, no sexo
feminino, o percentual cai para 29,7%. Os meninos superam as meninas na faixa
etária anterior, até 5 anos: 7,1% dos que praticam começaram nessa idade,
quando, entre as meninas, a fatia é de 6%.
Dos 11 aos 14 anos, meninos e
meninas têm percentuais parecidos, de 31,3% e 31,5%, e as faixas etárias
seguintes têm percentuais maiores para as mulheres, o que, segundo Cassia,
mostra que elas começam mais tarde no esporte.
A pesquisa mostra que 50,4% das
mulheres são sedentárias, índice 9 pontos percentuais maior do que o dos homens
(41,2%). Elas, no entanto, declararam praticar mais atividades físicas que
esportes, enquanto os homens afirmaram o contrário. A diferença entre os homens
e as mulheres esportistas é de mais de 20 pontos percentuais, com 35,9% contra
15,6%.
O esporte mais praticado pelos
homens é o futebol, com 66,2%, e o preferido das mulheres é o voleibol, com
20,5%. Cassia Damiani disse que as mulheres experimentaram um crescimento
grande na prática de futebol, chegando a 19,2%, principalmente se for
considerado que, até 1979, a prática não era permitida por lei para elas, por
ser considerada “incompatível com a natureza feminina”. "Isso prejudicou
muito. É da prática que se forja a continuidade, o aprendizado e a
maturidade."
No alto rendimento, a prática
esportiva é igual entre homens e mulheres: 0,7% de ambos os sexos declararam
ter participado de competições nacionais ou internacionais de algum esporte.
Nas outras categorias, considerando competições estaduais, municipais e
torneios informais, as mulheres ficam atrás.
Fonte: Agência Brasil
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