Preso desde fevereiro, Adail Pinheiro recebeu pena de 11
anos e dez meses por comandar uma rede de prostituição infanto-juvenil na
cidade amazonense.
O Tribunal de Justiça do Amazonas condenou nesta terça-feira
o ex-prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro, a onze anos e dez meses de prisão.
Preso desde fevereiro, ele é acusado de chefiar uma rede de exploração sexual
de crianças e adolescentes no município, onde exerceu três mandatos. No
julgamento desta terça, ele respondia pelos crime de favorecimento à
prostituição infantil, referente a uma denúncia do Ministério Público do Estado
feita em 2009 — ele ainda é réu em mais de cinquenta processos na Justiça
amazonense. Cabe recurso.
Além de Pinheiro, foram condenados mais dois ex-servidores
municipais, Adriano Teixeira Salan e Maria Lândia Rodrigues dos Santos, além de
Osglébio Fernandes Gama e Eudes Souza Azevedo. A pena deles variou de dez a
treze anos. O julgamento foi realizado nesta manhã a portas fechadas. Do lado
de fora do fórum, algumas pessoas protestavam contra o ex-prefeito.
Segundo nota do TJ-AM, o desembargador relator do caso,
Rafael de Araújo Romano, elogiou a decisão dizendo que "perante a lei não
existe doutor, professor, ministro, desembargador e juiz. Ou é acusado ou é
réu" — o tribunal vinha recebendo críticas da população sobre a lentidão
no julgamento dos casos. "Ainda tenho outros processos envolvendo não
apenas ele, mas também outros acusados. Vamos resolver com essa mesma
tranquilidade e celeridade, sempre em nome da Justiça", afirmou.
Outro processo julgado nesta terça condenou o ex-prefeito
por improbidade administrativa a um ano e dois meses de prisão. A pena foi
revertida em serviços comunitários.
Em fevereiro deste ano, uma reportagem exibida pelo
Fantástico, da Rede Globo, revelou que Pinheiro utilizou dinheiro público e até
um avião da prefeitura para realizar festas com menores de idade. A aeronave,
que era fretada com recursos do fundo municipal de saúde, deveria ser de uso
exclusivo para o transporte de pacientes em estado grave de Coari para
hospitais de Manaus. Funcionários da gestão municipal eram incumbidos de
arregimentar meninas, algumas com idade entre 14 e 15 anos, para se encontrarem
com o ex-prefeito a bordo do avião.
http://veja.abril.com.br/
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