Um terço das vítimas de tráfico humano no mundo são
crianças, afirma Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).
Falta de aplicação das leis e aumento de 5% em relação ao período anterior
preocupam.
De cada três vítimas de tráfico humano em todo o mundo, uma
é criança, afirmou nesta segunda-feira (24/11) o Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crimes (UNODC), em Viena. Tais números indicam um aumento de 5%
em comparação ao período anterior, de 2007 a 2010.
A situação é particularmente grave na África e no Oriente
Médio, onde mais de 60% das vítimas são crianças, afirma o Relatório Global
2014 sobre Tráfico de Pessoas.
Entretanto, esse crime é um fenômeno global. A agência da
ONU coletou informações sobre vítimas de 152 países, transportadas ilegalmente
para outros 124 países, onde foram obrigadas a trabalhar na prostituição ou a
realizar trabalhos forçados, além de outras atividades. Há mais de 510 fluxos
de tráfico mundo afora.
O relatório apontou ainda que 35% das vítimas de tráfico
para trabalhos forçados são mulheres, enquanto a grande maioria dos traficantes
– 72% – são homens e cidadãos dos países em que operam.
Apesar de a maioria dos países possuírem legislações contra
o tráfico de pessoas, as leis são raramente aplicadas.
"Como resultado, o número de condenações em nível
global se mantém extremamente baixo", apontou o diretor da UNODC, Yuri
Fedotov. "O relatório mostra que não há lugar no mundo onde crianças,
mulheres e homens estejam a salvo do tráfico de seres humanos."
Entre 2010 e 2012, cerca de 40% dos países analisados
reportaram nenhum ou poucos casos de condenações por crime de tráfico de
pessoas.
Fedotov alertou ainda que os números apresentados pelo
relatório representam "apenas o que foi detectado" pelo estudo da
UNODC. "É muito claro que a escala de escravidão moderna é muito
pior", lamentou.
Fonte: RC/dpa/unodc
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