Na Indonésia, mulheres que quiserem se aliar à força
policial do país são obrigadas a se submeter a “testes de virgindade”.
Classificada como “humilhante” e “arcaica” pela ONG Human Rights Watch, a prática consiste em um exame que mede se o hímen está
intacto a partir da inserção de dois dedos com gel na vagina da candidata.
Trata-se de um pré-requisito para entrar na instituição,
descrito por muitas entrevistadas pela ONG internacional de direitos humanos
como “traumático” e “doloroso”.
“Eu temia que, depois de realizado o teste eu não seria mais
virgem. Uma amiga até desmaiou”, relata uma entrevistada. “Eu não quero me
lembrar dessas experiências ruins. Foi humilhante”, comenta outra, de 19 anos,
segundo a Al Jazeera.
Para o porta-voz da polícia indonésia, Maj Gen Ronny Sompie,
o teste é utilizado com o intuito de analisar se os candidatos têm algum tipo
de infecção sexualmente transmissível. Em 2010, um ex-chefe da polícia do país
chegou a concordar em abolir o exame. Apesar das frequentes queixas das
mulheres em relação à prática, o teste continua a ser realizado da mesma
maneira há décadas.
“Os chamados ‘testes de virgindade’ são discriminatórios e
uma forma de violência de gênero. Não é uma medida de elegibilidade das
mulheres para uma carreira na polícia”, criticou Nisha Varia, uma das diretoras
da ONG, ao Guardian.
Para a Human Rights Watch, a prática viola os princípios da
polícia nacional da Indonésia, bem como a política internacional de direitos
humanos.
Além dos exames vexatórios, a força policial ainda exige que
as candidatas mantenham um padrão de vida estipulado: devem ser solteiras e não
podem se casar até determinado período em que estiverem dentro da instituição.
Com a maior população muçulmana do mundo, a Indonésia é num
país majoritariamente conservador, onde muitas regiões louvam e valorizam a
virgindade feminina.
Fonte: Opera Mundi
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