Um estudo conclui que 44% das mulheres que se prostituem na
rua tiveram, "pelo menos", um episódio suicida, e aponta a
"precariedade", "falta de legislação" e "exposição à
violência" como os maiores fatores de risco.
Em declarações à agência Lusa, o investigador encarregado do
estudo, Alexandre Teixeira, da Faculdade de Psicologia da Universidade do
Porto, explicou que, se a prostituição fosse uma "atividade legalmente
enquadrada", isso influenciaria "positivamente" a saúde
emocional das prostitutas.
O estudo foi feito com 52 prostitutas de rua, com idades
entre os 18 e os 60, e dá ainda conta de que o principal motivo apresentado por
estas mulheres para se prostituírem é a "falta de rendimentos",
embora reconheçam que a prostituição não é "suficiente" para se
sustentarem.
"Das 52 mulheres com quem desenvolvi o meu estudo, 23
já tentaram uma ou mais vezes o suicídio", apontou Alexandre Teixeira.
O investigador explicou que a taxa "elevada" de
tentativas de suicídio entre as prostitutas de rua tem "várias"
causas.
"A vitimização, exposição à violência verbal, física e
sexual por parte quer de clientes, quer de companheiros, e a precariedade são
os maiores fatores de risco que estas mulheres apontaram", enumerou.
Fonte: Jornal de Noticias
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