sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mulheres conseguem mais emprego, mas salário não sobe


A participação da mulher no total de empregos formais subiu em 2011, mas a diferença salarial entre os dois gêneros não avançou no período e a mão de obra feminina seguiu ganhando menos que a masculina na mesma proporção que em 2010 no ano passado, aponta a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

 A parcela das mulheres entre a força de trabalho passou de 41,56% em 2010 para 41,90% em 2011. A alta ocorreu porque o nível de emprego entre as mulheres subiu mais do que entre os homens no período, colaborando para a expansão do emprego feminino no país.
 O aumento do nível de emprego da mão de obra feminina foi de 5,93% no ano passado (criação de 1,086 milhão de vagas). Na masculina, foi de 4,49% (geração de 1,156 milhão de postos). “A diferença de 1,44 pontos percentuais, se comparado com o resultado de 2010 (0,58 pontos), evidencia a expansão do emprego feminino”, salienta o ministério, em nota.
 
Na soma, a criação de empregos formais somou 2,24 milhões em 2011 no país, o que representa uma queda de 21,6% frente ao ano de 2010, quando foram abertas 2,86 milhões de vagas, segundo dados da Rais.
 Além dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que englobam os trabalhadores celetistas, os números da Rais também incluem os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários.
 
 “O comportamento dá continuidade à trajetória de elevação da participação da mulher no total de empregos formais observada nos últimos anos”, destaca o secretário de Políticas Públicas de Emprego substituto do MTE, Rodolfo Torelly, em nota.
  Apesar disso, a remuneração das mulheres segue aquém das dos homens e sequer teve uma alta maior do que a deles de um ano para o outro.
 
Os rendimentos médios dos homens e das mulheres registraram aumentos reais muito semelhantes (3% e 3,03%, respectivamente). Em valores, passaram de R$ 1.990,68, em 2010, para R$ 2.050,35, em 2011, no caso dos homens, e de R$ 1.647,89 para R$ 1.697,75, no que se refere às mulheres. “Os percentuais de ganhos reais similares entre os gêneros têm como resultado praticamente a manutenção da participação do rendimento das mulheres versus homens, que oscilou de 82,78% em 2010, para 82,80% em 2011”, diz o Ministério do Trabalho, em nota.
 Com relação ao nível de escolaridade, os dados apontam para uma retomada da trajetória de liderança da mulher no crescimento do emprego formal no nível de ensino superior completo.
De uma forma geral, a taxa de crescimento do nível de emprego para esse grau de escolaridade foi de 8,06% em 2011. O aumento foi maior entre as mulheres (8,12%) do que para os homens (7,97%). As porcentagens equivalem ao acréscimo de 345,4 mil postos de trabalho femininos, ante 240,6 mil postos masculinos.
 De acordo com o MTE, a liderança da mulher no crescimento do emprego formal no nível superior completo havia sido interrompida em 2010.
 De um modo geral, por grau de instrução, os números do Ministério do Trabalho mostram "heterogeneidade" nos resultados, com queda de 19,46% para os analfabetos, decorrente de um declínio de 48% para mulheres e de 12,87% para homens, e elevação de 8,54% para trabalhadores com ensino médio completo.

 Fonte: G1.

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