A gangue organizou uma rede que traficava pessoas do Brasil e
outras partes do mundo, entre janeiro de 2008 e junho de 2011. Eles cobravam
entre 13 e 25 mil dólares de seus 'clientes'
para atravessarem a fronteira. Uma vez la, as vítimas sofriam ameaças
envolvendo familiares e obrigadas a assinarem papéis transferindo propriedades
ou levadas para trabalhos em casas noturnas.
Um brasileiro de 48 anos foi condenado a 46 meses de prisão
nos Estados Unidos sob a acusação de liderar uma gangue internacional de tráfico
humano. Nacip Teotônio Pires teria sido responsável pela entrada ilegal no país
de centenas de imigrantes, provenientes principalmente dos Estados do Paraná e
de Goiás.
As pessoas levadas pela gangue incluíam mulheres que eram
obrigadas a trabalhar em clubes de striptease ou como prostitutas para pagar a
passagem. Pires, que usaria também os apelidos de Zé Maria e Baraso, foi preso
em Nova Jersey em junho de 2011 com outros quatro cúmplices, todos brasileiros.
Uma sexta integrante da gangue, uma brasileira conhecida apenas como Priscila,
está foragida.
Segundo a Justiça americana, os seis acusados também
estariam ilegalmente nos Estados Unidos.
Caminhos
De acordo com
documentos oficiais do processo contra Pires, ele e seus comparsas teriam agido
entre 2008 e 2011 levando imigrantes ilegais a Nova Jersey, Texas e
Massachusetts. Eles cobrariam entre 13 mil e 25 mil dólares (de R$ 26,3 mil a
R$ 50,6 mil) para levar os imigrantes, dependendo da rota usada e da forma de
pagamento - antecipado ou em prestações após a chegada aos EUA.
Segundo a acusação, o grupo levava os imigrantes usando
basicamente dois caminhos. No primeiro, as pessoas eram levadas por via aérea
ou marítima a ilhas caribenhas de St. Marteen ou Bahamas e de lá seguiam,
também por via aérea ou marítima, para a Flórida ou para Porto Rico.
No segundo, elas iam de avião de São Paulo para a Cidade do
México ou outro local da América Central, de lá seguiam para abrigos próximos à
fronteira e cruzavam para os Estados Unidos a pé.
A gangue é acusada também de ameaçar atos de violência
contra familiares dos imigrantes no Brasil ou de tomar propriedades dos
imigrantes que não pagassem em dia as parcelas da dívida pelo transporte.
Muitas mulheres jovens eram obrigadas a trabalhar como dançarinas em clubes de
striptease ou a se prostituírem para pagar suas dívidas.
As investigações sobre a gangue, que envolveram grampeamento
de telefones celulares pelos quais eles negociavam os transportes, foram
iniciadas após a denúncia feita por um dos clientes do grupo.
Fonte: Terra
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