A suspeita é de que os clandestinos sejam aliciados para
exploração sexual e trabalho escravo. Clandestinos desembarcam em Cumbica
apenas com bagagem de mão. Carregam também a passagem para um voo doméstico,
comprada em dinheiro vivo pelos coiotes. Depois que descem do avião em outro
Estado, mesmo no desembarque internacional, saem do aeroporto mostrando apenas
a passagem.
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) alerta para
"riscos elevados de crimes" e problemas durante a Copa de 2014.
Uma brecha no sistema de segurança dos aeroportos
internacionais brasileiros tem permitido que quadrilhas de tráfico de seres
humanos entrem com imigrantes ilegais no País sem passar pelo controle da
Polícia Federal e da Receita.
A falha acontece nos chamados voos de cabotagem, em que
viagens domésticas partem de terminais internacionais, possibilitando que quem
vem de outro país se misture aos passageiros domésticos e não seja fiscalizado.
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) alerta para
"riscos elevados de crimes" e problemas durante a Copa de 2014.
Uma investigação da Polícia Federal revela que o Aeroporto
Internacional de Cumbica, em Guarulhos, já é usado como porta de entrada, por
exemplo, por uma rede chinesa de tráfico de pessoas.
"Fiquei surpreso com a organização. Eles estão vindo de
avião em um voo da China até Dubai (Emirados Árabes). De lá, vêm a São Paulo e
driblam a imigração, cortando caminho e indo para os voos domésticos. Seguem
então até o Rio, de onde pegam um ônibus e voltam a São Paulo", afirma o
delegado federal André Luiz Martins Epifânio.
Segundo ele, dois coiotes chineses presos em junho, tentando
ir para a Argentina com 12 conterrâneos por Uruguaiana (RS), usaram esse
esquema para burlar a imigração em Guarulhos.
"As pessoas trazidas são muito simples na China, não
teriam condição de pagar uma viagem como essa. Obviamente, o crime organizado
as obriga a pagar as despesas dessa vinda com trabalhos ilícitos", diz o
delegado.
A suspeita é de que os clandestinos sejam aliciados para
exploração sexual e trabalho escravo. Clandestinos desembarcam em Cumbica
apenas com bagagem de mão. Carregam também a passagem para um voo doméstico,
comprada em dinheiro vivo pelos coiotes. Depois que descem do avião em outro
Estado, mesmo no desembarque internacional, saem do aeroporto mostrando apenas
a passagem.
Policiais que atuam no aeroporto de Guarulhos afirmam que os
ilegais só conseguem passar pela fiscalização quando contam com apoio de
funcionários de companhias aéreas.
"Às vezes, você pega o estrangeiro que não fala uma
palavra em português tentando embarcar no voo doméstico. Quando ele vê que foi
descoberto, inventa que veio pedir asilo aqui", afirma um agente. Também
há casos de muambeiros brasileiros que usam o jeitinho para tentar escapar dos
impostos.
Fonte: O Estado de S.
Paulo
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