O alto poder aquisitivo e a proximidade com o poder fazem de
Brasília um movimentado mercado de prostituição de luxo. Políticos, empresários
e lobistas que passam pela capital federal e se interessam pelo serviço seguem
um ritual discreto para viabilizar os encontros com as profissionais do sexo.
Toda a negociação é conduzida por assessores, que encontram
as garotas em sites especializados na internet, semelhantes àquele em que Elize
Matsunaga, a ex-prostituta que confessou ter matado e esquartejado o marido,
anunciava ser uma “loirinha carinhosa”.
...São os próprios assessores que buscam as garotas de
programa em casa e ficam responsáveis pelo pagamento. Para os encontros, o
local preferido dos que moram ou passam
parte da semana em Brasília são os flats ou apartamentos pessoais, muitas vezes
funcionais. No caso dos flats, as meninas costumam deixar as bolsas na
recepção, já que os clientes temem ser filmados por câmeras ou celulares.
— Alguns pagam mensalmente as garotas, dão presentes,
viagens e pedem até para que elas saiam do site para aumentar a discrição, ou
por ciúme mesmo.
De modo geral, as garotas ganham de R$ 200 a R$ 400 por
hora, dependendo do lugar do encontro. Mas esse valor pode chegar até a mais de
R$ 2.000, incluindo as gorjetas.
Luna Minitop, de 32 anos, cobra R$ 250 por uma hora e meia,
se atender em casa, e R$ 400 se o programa for em hotéis. Com a faculdade de
Psicologia trancada, trabalha como prostituta desde 2009 e atende políticos e
assessores.
Ela diz que geralmente eles não se identificam quando marcam
o encontro. Elas só ficam sabendo quem é o cliente quando chegam à suíte do hotel
ou flat.
— Às vezes quando dizem o endereço, o número da quadra, a
gente já sabe que é político.
Ela se refere às quadras onde ficam os apartamentos
funcionais dos políticos que moram em Brasília. Luna, porém, prefere receber os
clientes em casa, um apartamento em um prédio sem porteiro na Asa Norte, bairro
nobre de Brasília.
A garota de programa já teve um caso de quatro meses com um
político do Rio Grande do Norte, mas disse que nunca recebeu o pedido para
tirar o seu perfil nos sites da internet.
— Nunca apareceu ninguém querendo pagar R$ 27 mil para tirar
minhas fotos do ar.
Luna Minitop está em sites especializados porque considera
que eles funcionam como vitrine para os clientes. E, desde o ano passado,
possui também um blog pessoal de divulgação do trabalho. A ideia do blog surgiu
quando Luna percebeu que essa era uma forma de aumentar o número e o “nível”
dos clientes.
*Nome fictícioFonte: Tribuna Hoje
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