Por ser uma atividade praticamente invisível, atomizada pelas condições de trabalho, torna-se difícil organizar sindicatos ou associações de trabalhadoras domésticas, o que se reflete na precariedade de seus direitos.
Frei Betto
Dados do IBGE indicam
que o Brasil conta, hoje, com 6 milhões de trabalhadoras domésticas que
movimentam R$ 43 bilhões por ano. Por serem poucas e muito disputadas, entre
2002 e 2011 a renda média da categoria cresceu 43,5% acima da inflação,
enquanto a renda média das demais categorias subiu 25%.
Devido a leis que
condenam o trabalho de crianças, há um progressivo “envelhecimento” das
trabalhadoras domésticas. Nos últimos anos a idade media delas passou de 35
para 39 anos.
A categoria,
agora, entra em extinção. Mingua a nova geração capaz de repor a atual mão de
obra doméstica. Nas regiões mais pobres do país as meninas têm, hoje, acesso à
escolaridade e preferem outras atividades profissionais.
Se a oferta é
sempre mais escassa, a demanda por empregadas domésticas cresce. Daí o
progressivo aumento de seus salários e das diárias cobradas por faxineiras.
Por ser uma
atividade praticamente invisível, atomizada pelas condições de trabalho,
torna-se difícil organizar sindicatos ou associações de trabalhadoras
domésticas, o que se reflete na precariedade de seus direitos.
Alguns desses
direitos têm sido garantidos por legislação infraconstitucional. Há, contudo,
resistência ao projeto de emenda constitucional que propõe excluir da Carta
Magna o páragrafo discriminatório. Os opositores à emenda alegam que isso viria
a encarecer o trabalho doméstico, argumento idêntico ao dos escravistas que se
opunham à abolição.
Fonte: amaivos.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário