No Rio Grande do Sul, uma viatura decorada de lilás circula
pelas ruas há um ano. É a 'Patrulha Maria da Penha', projeto apoiado pelo Banco
Mundial que une a Brigada Militar, a Polícia Civil, o Instituto Geral de
Perícias e a Superintendência de Serviços Penitenciários para levar mais
proteção às mulheres.
Os policiais (homens e mulheres) que circulam nela foram
treinados para cumprir um dos principais elementos da Lei Marinha da Penha - as
medidas protetivas de urgência, que têm de se dar em até 48 horas após a
agressão. O trabalho dos policias é mostrar às mulheres as alternativas à agressão.
Dentre outras providências, as medidas garantem à mulher o
direito de pedir uma ordem judicial para que o agressor deixe imediatamente a
residência e determinam uma distância mínima entre o homem e a vítima, bem como
dos familiares e outras testemunhas. Nas visitas, as mulheres também ficam
sabendo como obter a separação e a guarda dos filhos.
Até o início do trabalho, poucas mulheres tinham
conhecimento desses benefícios. Das 91 assassinadas no Rio Grande do Sul em
2012, só 16 haviam pedido medidas protetivas de urgência. Esse controle ajuda a
impedir a retomada das agressões. O projeto já atendeu 1.971 mulheres e 537
casos foram acompanhados de perto, já que as mulheres corriam risco de morte.
Também foram registradas 109 prisões por descumprimento da medida protetiva.
Houve um aumento de 53% nas solicitações das medidas
protetivas de urgência desde a implementação da Patrulha. Há 11 patrulhas
espalhadas por cidades do Rio Grande do Sul atualmente e até o fim de 2014 mais
23 cidades gaúchas receberão o projeto. O Banco Mundial também ajudou
Pernambuco a colocar em prática seu próprio programa.
Os policiais também visitam o agressor para orientá-lo em
relação às medidas e suas consequências. No final de cada encontro, a Patrulha
elabora um relatório que, nos casos mais graves, pode dar mais subsídios ao
inquérito policial.
Fonte: Noticias uol
Secretária acompanha atuação da Patrulha Maria da Penha
A titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM),
Ariane Leitão, acompanhou as diligências da Patrulha Maria da Penha, em Porto
Alegre, na tarde desta passada terça-feira (3). "Ver como é a realidade de
quem trabalha diretamente no atendimento e na proteção das mulheres em situação
de violência é uma das formas de fortalecer as ações da Rede Lilás", disse
a secretária.
O primeiro acompanhamento revelou a história de uma mulher
casada por 12 anos e que, nos últimos cinco, vinha sendo vítima das agressões
do agora ex-companheiro. "Há uns três meses tive coragem de denunciar e
pedir a medida protetiva. Antes aguentava a agressão por causa da situação
financeira e por minha família não me apoiar, mas hoje sei que sou uma mulher
independente", revelou.
No outro caso, há dois meses a mulher se diz uma pessoa com
mais autonomia. "Desde que fui atendida pela primeira vez pela Patrulha
Maria da Penha minha vida mudou completamente. Hoje sou uma mulher livre,
graças à proteção que me dão", contou a mãe de quatro filhos que agora
necessita de ajuda para o provimento da família.
Nessas duas situações, assim como em muitas outras, o
Governo do Estado pode atuar diretamente na vida das mulheres através da Rede
Lilás. "Com o auxílio das patrulheiras, coordenadas pela tenente-coronel
Nadia Gerhard, poderemos identificar as mulheres em vulnerabilidade social e
vítimas de violência que tenham potencial empreendedor. Assim, oferecermos a
elas oportunidades para ingressar em programas de acesso ao mundo do
conhecimento e também dar formação para o mercado de trabalho", finalizou
Ariane Leitão, ao se referir a uma das parcerias da SPM, por meio da Rede
Lilás, para fortalecer, ampliar e qualificar o atendimento, o acolhimento e a
proteção às mulheres.
Sobre a Rede Lilás
De forma inédita, o Governo do Estado instituiu a Rede
Lilás, coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, para articular
serviços públicos e ações integradas junto às instituições de acesso à
segurança, à saúde, à educação, à assistência social, ao mundo do trabalho e à
justiça, levando as mulheres e as meninas gaúchas a saírem do ciclo de
violência.
A principal ferramenta da rede de atendimento às mulheres e
de enfrentamento à violência é o Telefone Lilás, 0800 541 0803, uma central de
apoio gratuito que acolhe as mulheres e monitora as denúncias, a proteção, a
punição de agressores, e a inclusão social e produtiva das mulheres.
Fonte: (Luana Mesa) www.rs.gov.br/noticias
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