A luta pelo fim da violência contra as mulheres tem evoluído
bastante no país, especialmente após a criação da Lei Maria da Penha. Contudo,
apesar dessa evolução, as mudanças ainda são insuficientes, já que o real
problema está na cultura machista, incutida na cabeça de muitos homens.
Pensando nisso, foi criada em 2011, no Rio Grande do Sul
(RS), a Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres,
um grupo formado por diversos grupos, como, representantes das secretarias de
Política para as Mulheres, Defensoria Pública, Ministério Público etc.
Essa frente tem o objetivo de tentar mudar essa cultura
machista tão enraizada nos homens, a cultura de que os homens são superiores às
mulheres. Uma cultura que, muitas vezes, levam os homens a se sentirem no
direito de agredir física e psicologicamente as mulheres.
O grupo, que no dia 6 de dezembro fará o ‘3º Encontro Gaúcho
de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres–Reeducar para quebrar o
ciclo da violência’, atua com diversas ações de conscientização, como a
realizada em estádios de futebol, a qual foi muito elogiada pela Marcha Mundial
das Mulheres (MMM). "Essa campanha (a dos estádios de futebol) tem trazido
bons resultados, pois ela é realizada em um ambiente ainda muito dominado pelos
homens. Mesmo as mulheres que vão aos estádios ainda se sentem um pouco
inibidas, e é interessante, pois a campanha faz alusão até ao cartão vermelho,
como punição”, afirmou Claudia Prates, coordenadora da MMM no Rio Grande do
Sul.
Claudia relatou que a iniciativa da Frente Parlamentar é
muito importante, mas que deveria existir em todos os estados. "É um
trabalho importante, mas ainda pouco realizado, todos os estados brasileiros
deveriam possuir essas ‘Frentes’, pois com a ajuda delas seria possível
desconstruir toda essa cultura machista que está em nosso país, para que os
homens possam falar sobre as atividades domésticas, sobre a divisão dessas
atividades”.
A iniciativa de luta pelo fim da violência contra as
mulheres partindo dos homens não é algo novo, porém ainda é muito pequena,
"apenas uma pequena parte da população, uma parte mais instruída, tem essa
consciência, é preciso que essa iniciativa seja levada para a mídia, para as
novelas, mas é feito justamente o contrário, a mídia é uma grande propagadora
do sexismo. Muita coisa está sendo feita, mas também há muito caminho a ser
percorrido”, afirmou Claudia.
Fonte: Adital
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