quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Qual o melhor lugar para ser mulher no mundo? Guia interativo mostra mapa da desigualdade de gênero no mundo

 
Um estudo anual divulgado nesta sexta-feira pelo Fórum Econômico Mundial aponta que a desigualdade entre homens e mulheres diminuiu na maior parte dos países do mundo.


A pesquisa Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero 2013 (em inglês), que analisou 136 países, concluiu que 86 deles apresentaram melhoras na desigualdade de gênero em relação ao ano anterior.

No entanto, as mudanças são lentas, salienta à BBC Saadia Zahidi, principal autora do relatório.

Pelo quinto ano consecutivo, a Islândia foi considerado o país mais avançado em termos de igualdade entre homens e mulheres. Em seguida vêm Finlândia, Noruega e Suécia.

Segundo Zahidi, os países nórdicos continuam sendo exemplo porque têm uma longa história de reconhecer e investir no talento individual.

"Tratam-se de economias pequenas, com populações pequenas. Eles reconhecem que o talento importa e este talento está nos homens e nas mulheres", afirmou Zahid.

Liderança econômica

O Brasil ficou em 62º lugar no ranking, a mesma posição do ano passado.

O relatório destaca os avanços da Nicarágua, que veio em 10º na listagem e foi considerado o país mais igualitário das Américas.

O país foi elogiado pelo "empoderamento político das mulheres". Os Estados Unidos chegaram na 23ª posição.

O relatório aponta grandes avanços na redução de desigualdade em quesitos como acesso a saúde e a educação. Vinte e cinco países foram apontados como fornecedores de oportunidades igualitárias para meninos e meninas no quesito educação.

A igualdade econômica apresentou um cenário mais desfavorável, em que a diferença entre gêneros diminuiu apenas em 60%.

Tanto em países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento, a presença da mulher em posições de liderança na área econômica ainda é limitada.

Apesar de as mulheres tenham obtido ganhos em termos de representação política, de 2% neste ano, a brecha entre gêneros diminuiu em apenas 21%.

100 MulheresAinda segundo Zahidi, desde que o Fórum Econômico Mundial começou a elaborar o relatório, há oito anos, 80% dos países fizeram progressos.

"O preocupante é que 20% dos países não avançaram ou estão regredindo", acrescentou.

Os países do Oriente Médio e do norte da África foram as únicas regiões que não mostraram avanços no ano passado, com o Iêmen ocupando a última posição no ranking.

A divulgação do relatório coincide com a conclusão de uma temporada de reportagens da BBC em mais de 20 línguas e em variadas plataformas de mídia sobre a situação de mulher hoje no mundo.

Nesta sexta-feira, 100 mulheres de destaque em várias áreas estão reunidas na sede da corporação para um dia de debates sobre as conquistas e os desafios da mulher do século 21.

Os países mais igualitários

Islândia

Finlândia

Noruega

Suécia

Filipinas

Irlanda

Nova Zelândia

Dinamarca

Suíca

Brasil - 62º




Mapa da desigualdade de gênero (em inglês)

Saúde
Neste quesito, a diferença entre gêneros é menos acentuada, com um índice de 96% de igualdade, segundo o WEF. As duas principais medidas utilizadas foram uma comparação entre a expectativa de vida saudável e a taxa de nascimentos de meninos e meninas.
Tipicamente as mulheres têm uma expectativa de vida bem maior do que a dos homens, mas no Paquistão a situação se inverte, com os homens vivendo, em média, um ano a mais do que as mulheres. A China e a Índia receberam nota negativa do WEF por sua alta taxa de nascimento de meninos em comparação com a de meninas.
Educação
O WEF estima que a igualdade no quesito Educação é de 93%. Para Saadia Zahidi, diretora da área de Igualdade de Gênero e Capital Humano do WEF, quando se trata de eliminar a desigualdade de gêneros, "a educação é um acelerador".
Ela acrescenta que "os países europeus e da América do Norte levaram anos para atingir igualdade na educação em nível primário e secundário, e a desigualdade já foi revertida no nível superior".
Economia
Quando se observa o mercado de trabalho vê-se diferentes cenários. Em alguns países poucas mulheres ocupam posições mais elevadas, apesar de estarem representadas em grande número na força de trabalho. O Brasil e a China são bons exemplos.
Em países como o Iêmen e a Mauritânia as mulheres têm, em geral, uma participação muito pequena na força de trabalho. No cômputo geral, o WEF estima que a igualdade no quesito Economia é de 60%.
Política
A desigualdade de gêneros é mais ampla no mundo da política, de acordo com o WEF. Segundo Saadia Zahidi, "no mundo todo (...) as mulheres ocupam somente 20% de funções de liderança se comparadas aos homens.
"Os países nórdicos em melhor posição no ranking já conseguiram eliminar mais da metade da desigualdade. Mas ela ainda se mantém inalterada nos países em pior colocação como Catar e Arábia Saudita."
Diferença entre gêneros: Geral
Sete países entre os 10 primeiros na lista são europeus. O Brasil está em 62º lugar e os Estados Unidos aparecem em 23º. Em quinto lugar, as Filipinas são o país asiático mais bem colocado e na América Latina o melhor posto é da Nicarágua, em 10º.
Nenhum país membro do G20, que reúne as nações mais industrializadas do mundo, aparece entre os 10 primeiros. O Oriente Médio e a África também não têm representantes no topo da lista.
América Latina e Caribe: Os três países com melhor desempenho na região são Nicarágua, Cuba e Equador, que figuram entre os 25 primeiros países do ranking geral. A posição do Brasil, 62ª, não mudou em relação ao ano passado.
"O abismo entre os sexos em áreas como saúde e educação na região reduziu consideravelmente. Agora, esses países estão prontos para decolar em termos de igualdade no trabalho e participação na política", diz Saadia Zahidi.
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Europa: Os países do norte da Europa geralmente têm bons índices de igualdade entre os sexos em comparação com outros países. Segundo o Fórum Econômico Mundial, isso se deve em parte a políticas destinadas a ajudar as mulheres a encontrar um equilíbrio entre as demandas do trabalho e a vida familiar.
No sul da Europa, a diferença entre os sexos no acesso à educação foi reduzida há alguns anos. No entanto, há baixos níveis de participação feminina na força de trabalho.

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Ásia: As Filipinas se destacam como o país mais igualitário na Ásia, estando próximo de fechar a brecha entre homens e mulheres no acesso à saúde e educação. O país também tem alto nível de participação feminina na economia, diz o estudo.
A China ocupa a 69ª posição no ranking geral, à frente da Índia, em 101º. A baixa posição da Índia no ranking se deve a baixas pontuações nos quesitos saúde, educação e economia.
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América do Norte: O Canadá e os Estados Unidos vêm na 20ª e 23ª posições, respectivamente. O Canadá obteve boa pontuação em educação, mas teve desempenho pior na política.
Os Estados Unidos vem atrás do Canadá em política, mas chega à frente do vizinho em saúde e economia. Os dois países empatam em educação.
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África Subsaariana: Alguns dos países com maior desigualdade de gênero no mundo estão situados aqui. O Chade e a Costa do Marfim ocupam algumas da últimas posições no ranking geral.
No entanto, alguns países do sul da África registraram altos índices de participação feminina na força de trabalho e empoderamento político que ajudaram a posicioná-los entre os 30 primeiros países no ranking. Lesoto vem em 16º, com a África do Sul logo atrás. Moçambique aparece na 26ª posição.
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Oriente Médio e Norte da África: Esta é a região com as maiores desigualdades de gênero em todo mundo. Mas o quadro é bem heterogêneo. Por exemplo, os países do Golfo Pérsico investiram pesado em educação feminina. Os Emirados Árabes Unidos conseguiram reduzir bastante a brecha que existia na educação entre meninos e meninas. Mais mulheres do que homens completam o ensino superior no país.
Esta realidade contrasta com a de países como o Iêmen, onde os níveis de educação feminina são baixíssimos.
Como os ranking são estabelecidos?
Para comparar os níveis de desigualdade entre os gêneros nos país, o Fórum Econômico Mundial cria um index a partir de mais de mais doze tabelas de dados com a pontuação dos países. As notas variam entre 1 (ou 100%), que representa total igualdade e zero (ou 0%) para desigualdade.
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 Fonte: BBC Brasil

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