No dia 19 de outubro começou, em todo o estado de Minas
Gerais, o Plebiscito Popular, consulta que vai perguntar à população mineira o
que ela acha do preço da conta de luz. As mais de 100 organizações que
constroem o plebiscito esperam recolher 1 milhão de votos e entregá-los ao
governo do estado, com a intenção de diminuir o preço da energia.
O Plebiscito Popular começou a ser construído em janeiro
deste ano, através de reuniões e cursos para estudar por que a conta de luz é
tão alta em Minas Gerais. Jefferson Leandro, que é diretor do Sindicato dos
Eletricitários de MG e também está na organização do Plebiscito, diz que o que
mais encarece a conta é a cobrança de um imposto estadual chamado ICMS.
O Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS)
equivale a 42,86% da conta de energia. Uma família que paga uma conta de R$100,
por exemplo, está pagando R$ 30 de imposto, que incide sobre a energia. Os
organizadores do Plebiscito Popular explicam que se o governo cobrar o ICMS
também das grandes empresas, o imposto poderá ser reduzido da conta dos
consumidores residenciais.
O que o Plebiscito
Popular vai perguntar?
Plebiscito é um mecanismo de consulta à população para saber
se os cidadãos aprovam ou rejeitam determinada questão. Neste, as perguntas
serão:
- Você concorda que o governo de MG deve reduzir o ICMS, que
representa 42% da conta de luz, para 14% (como é em São Paulo e no Distrito
Federal)?
- Você concorda que a CEMIG deve reduzir em 50% (no mínimo)
a tarifa de energia para o povo de MG?
O que levar para
votar?
É preciso que o votante apresente um documento de
identificação, que pode ser: CPF, título de eleitor, carteira de motorista, de
trabalho, de identidade ou outro. Serão aceitos votos de todos os eleitores
brasileiros.
Onde votar?
A votação será realizada entre os dias 19 e 27 de outubro.
As urnas ficarão em lugares acessíveis, como igrejas, sindicatos e praças, e
também serão levadas a bairros afastados do centro, nas chamadas urnas
volantes. Em Belo Horizonte, já existe confirmação de locais onde haverá
votação. Urnas fixas: Praça da Estação, Praça Sete, PUC, UFMG (Centro e
Pampulha) e sindicatos. Urnas volantes: Barreiro, Regional Leste, Regional
Oeste, Regional Noroeste, Venda Nova e Centro.
O Plebiscito Popular também acontecerá em municípios da
Região Metropolitana de Belo Horizonte, como: Betim, Contagem, Florestal,
Igarapé, Ibirité, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano.
Mais informações sobre locais de votação ou como organizar o
Plebiscito Popular na sua cidade, acesse www.plebiscitopopularmg.wordpress.com
ou ligue para (31) 32285000.
Cemig persegue
eletricitários
Trabalhadores eletricitários estão sendo ameaçados pela
Cemig por fazerem denúncias contra a empresa. Segundo Jefferson Leandro,
diretor do Sindicato dos Eletricitários de MG, a Cemig contratou militares
reformados para fazerem perseguições. Um dos eletricitários relatou que foi
colocado em uma sala e intimidado a parar com as denúncias.
Os militares contratados aparecem em reuniões e fotografam,
filmam e gravam conversas. Os trabalhadores se dizem indignados com a atitude
da empresa, mas afirmam que não vão parar com as ações. Estão desde o início e
continuarão construindo o Plebiscito Popular.
6 razões para baixar
a conta de luz*
A energia para
residências é dez vezes mais cara que a energia vendida para grandes empresas.
O preço da energia aumentou 120% a mais que a inflação nos
últimos 15 anos.
O atendimento da CEMIG está piorando. O tempo para
religamento de energia aumentou 33% nos últimos oito anos.
Quem paga é o povo: o lucro da CEMIG foi de R$4,2 bilhões em
2012.
Serviços essenciais deveriam ter menos imposto. Enquanto a
energia tem 42% de imposto, as jóias tem imposto de apenas 5%.
As residências de MG pagam o imposto mais caro do Brasil.
*informações retiradas da cartilha de Formação do Plebiscito Popular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário