sábado, 7 de setembro de 2013

Quadrilha 'sediada' em BH chefiava esquema de prostituição em 300 cidades de MG


Dinheiro e documentos também foram apreendidos pela polícia
Para explorar mais de 50 garotas de programa, eles mantinham um escritório no bairro Prado, de onde comandavam tudo; casal tinha apartamento e carros de luxo.


Em imóveis discretos de Belo Horizonte, uma organização criminosa mantinha um esquema para a exploração de mais de 50 garotas de programa. Com clientes de alto poder aquisitivo na capital e em mais de 300 cidades do interior, o casal Sérgio Marques Geraldo Barbosa, 41, e Eva Maria Barbosa, 38, usava um escritório de fachada no Prado, Oeste da capital, para agenciar encontros, preferencialmente no Bambu Luar Scoth Bar – estabelecimento que a dupla mantinha no Alto Barroca, na mesma região. Eles foram presos na última quarta-feira, durante a operação Copa do Mundo II, contra a exploração sexual de mulheres.
 Segundo a delegada adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Pollyanna Aguiar, o casal era monitorado há vários meses. Todo o trabalho começou pelo site do scoth bar, que oferecia um cardápio de prostitutas e ainda serviços como massagens, festas particulares e transporte. Apesar de a prostituição não ser crime no Brasil, agenciar ou favorecer a atividade é ilegal.
 A polícia também apurou que Sérgio e Eva realizavam lavagem de dinheiro por meio de empresas falsas. Também são investigados outros possíveis crimes – como uso de violência contra as agenciadas e até tráfico internacional de mulheres. Ainda não se sabe quanto a dupla faturou desde que começou o esquema, em 2005, mas dois carros de luxo, além de documentos, celulares e computadores foram apreendidos.
“Eles tinham um escritório com atendentes, faxineira e motorista. As pessoas escolhiam a garota no site, ligavam e marcavam o programa”, explicou a delegada.
Valor. Cada encontro durava uma hora e meia e custava R$ 250 em Belo Horizonte e R$ 350 em cidades do interior, para onde as garotas também eram levadas. O dinheiro era dividido entre o casal e as prostitutas. “Algumas mulheres repassavam até 60% do dinheiro para eles”, disse Pollyanna.
 Durante a operação policial na última quarta, três mulheres se prostituiam no scoth bar, que tem cinco suítes. O gerente do bar, duas telefonistas, uma faxineira e dois motoristas que trabalhavam no escritório serão processados por favorecimento à prostituição, pois eles tinham conhecimento do esquema.
Organização tinha um celular para cada cidade do interior
 Para expandir sua atuação por Minas, Sérgio Geraldo e Eva Barbosa montaram sites em cerca de 300 cidades do interior do Estado, onde disponibilizavam números de telefone locais. Para atender os clientes, 300 celulares, com chips locais e etiquetados com os nomes das cidades, eram usados.
As garotas de programa agenciadas eram enviadas para cidades como Barbacena, Montes Claros, Lavras, Uberlândia, Conselheiro Lafaiete, Araxá e Pouso Alegre e o serviço custava, em média, R$ 350, por uma hora e meia.
 Segundo a delegada adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Pollyanna Aguiar, a operação Copa do Mundo II está em andamento porque, segundo a polícia, durante o evento a atividade de exploração sexual de mulheres na capital deve ser intensificada. Segundo ela, o casal continua a ser investigado e outras quadrilhas estão sendo monitoradas. Novas prisões podem acontecer.
“Temos indícios da participação de outras pessoas. Agora, nossa intenção é manter as investigações”, disse.

Fonte: O Tempo

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