Dinheiro e documentos também foram apreendidos pela polícia
Para explorar mais de 50 garotas de programa, eles mantinham
um escritório no bairro Prado, de onde comandavam tudo; casal tinha apartamento
e carros de luxo.
Em imóveis discretos de Belo Horizonte, uma organização
criminosa mantinha um esquema para a exploração de mais de 50 garotas de
programa. Com clientes de alto poder aquisitivo na capital e em mais de 300
cidades do interior, o casal Sérgio Marques Geraldo Barbosa, 41, e Eva Maria
Barbosa, 38, usava um escritório de fachada no Prado, Oeste da capital, para
agenciar encontros, preferencialmente no Bambu Luar Scoth Bar – estabelecimento
que a dupla mantinha no Alto Barroca, na mesma região. Eles foram presos na
última quarta-feira, durante a operação Copa do Mundo II, contra a exploração
sexual de mulheres.
Segundo a delegada
adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Pollyanna Aguiar, o
casal era monitorado há vários meses. Todo o trabalho começou pelo site do
scoth bar, que oferecia um cardápio de prostitutas e ainda serviços como
massagens, festas particulares e transporte. Apesar de a prostituição não ser
crime no Brasil, agenciar ou favorecer a atividade é ilegal.
“Eles tinham um escritório com atendentes, faxineira e
motorista. As pessoas escolhiam a garota no site, ligavam e marcavam o
programa”, explicou a delegada.
Valor. Cada
encontro durava uma hora e meia e custava R$ 250 em Belo Horizonte e R$ 350 em
cidades do interior, para onde as garotas também eram levadas. O dinheiro era
dividido entre o casal e as prostitutas. “Algumas mulheres repassavam até 60%
do dinheiro para eles”, disse Pollyanna.
Durante a operação
policial na última quarta, três mulheres se prostituiam no scoth bar, que tem
cinco suítes. O gerente do bar, duas telefonistas, uma faxineira e dois
motoristas que trabalhavam no escritório serão processados por favorecimento à
prostituição, pois eles tinham conhecimento do esquema.
Organização tinha um
celular para cada cidade do interior
Para expandir sua
atuação por Minas, Sérgio Geraldo e Eva Barbosa montaram sites em cerca de 300
cidades do interior do Estado, onde disponibilizavam números de telefone
locais. Para atender os clientes, 300 celulares, com chips locais e etiquetados
com os nomes das cidades, eram usados.
As garotas de programa agenciadas eram enviadas para cidades
como Barbacena, Montes Claros, Lavras, Uberlândia, Conselheiro Lafaiete, Araxá
e Pouso Alegre e o serviço custava, em média, R$ 350, por uma hora e meia.
Segundo a delegada
adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Pollyanna Aguiar, a
operação Copa do Mundo II está em andamento porque, segundo a polícia, durante
o evento a atividade de exploração sexual de mulheres na capital deve ser
intensificada. Segundo ela, o casal continua a ser investigado e outras
quadrilhas estão sendo monitoradas. Novas prisões podem acontecer.
“Temos indícios da participação de outras pessoas. Agora,
nossa intenção é manter as investigações”, disse.
Fonte: O Tempo
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