terça-feira, 3 de setembro de 2013

Difícil vida fácil da prostituição



Relatos de acompanhantes revelam valor emocional em trocar corpo por dinheiro quando necessidade faz a ocasião.

A vida das garotas de programa é um mistério para muitas pessoas, e por esse motivo atrai a curiosidade. Saber como é o dia a dia, como entraram nessa vida, se tiveram escolhas. Enfim, o certo é que de “vida fácil”, a prostituição não tem absolutamente nada. Drogas, tráfico, sexo com pessoas desconhecidas puramente por dinheiro, humilhação, preconceito, são algumas das coisas que uma garota de programa convive diariamente. O Diário da Manhã entrou a fundo nas histórias de algumas dessas mulheres, para descobrir quais são seus anseios, e o que elas esperam da vida.

Um dos problemas da prostituição é quando a pessoa quer sair dessa vida, mas não consegue, não por estar obrigada a trabalhar como acompanhante, mas por ter se acostuma a ganhar muito dinheiro e em pouco tempo. Ter um salário mínimo e mensal se torna algo impensável para algumas garotas. De fato é quase que unanime a vontade de deixar essa vida, mas a prostituição com o passar do tempo, é como uma droga, que vicia e é preciso ter mais do que força de vontade para se desvencilhar.

Algumas meninas se prostituem por serem mães, por precisar do dinheiro para criar os filhos, outras pelo prazer de ter muitos homens e partindo do ponto de vista destas, de que sexo é poder, também há quem diga que usa o dinheiro para pagar seus estudos, ou simplesmente para ter uma vida mais confortável. Fora da casa de shows, muitas escondem a vida que levam, o segredo é guardado a sete chaves, elas vão para outros Estados, se envolvem com homens e também com outras mulheres, poderosos (as), que prometem mundos e fundos, esses às vezes cumprem, mas quase sempre, não.

Prostituição na rua

A desilusão do amor, a falta de estrutura familiar, e outros aspectos, também são considerados relevantes, na hora da decisão dessas garotas. Estão nas ruas, nas casas de show, enfim, são só lugares, o que importa mesmo e chama a atenção é o que vão fazer lá: “Vamos trabalhar”. Bruna Soares, 19, começou na vida da prostituição com 16 anos, segundo ela não teve outra escolha, por que queria ganhar mais dinheiro do que nos empregos formais em que já havia trabalhado. “Eu não gosto muito, mas acabei me acostumando, o dinheiro vem muito fácil. Faço em média três programas por dia, sou cuidadosa, uso anticoncepcional e faço exames sempre. Acho que nessa vida passamos muitos constrangimentos, os caras acham que por que estão pagando somos obrigadas a tudo, mas não é bem assim. Eu não beijo na boca deles, se eles quiserem isso que procurem suas mulheres, eu faço meu trabalho e só. Já passei por coisas ruins e diferentes, teve um cara que precisei enfiar o braço até chegar ao meu pulso nele, tem umas coisas bem estranhas que eles pedem. Nós cobramos R$ 60, mas é só na hora que perguntam, por que eles sempre querem desconto aí morre em R$ 50,” conta.

Beatriz Cristina, 19, se prostitui desde os 16 anos nas ruas da Capital. Segundo ela, trabalhar como garota de programa é bom, ela trata como algo que lhe proporciona prazer. “Eu gosto de estar aqui na rua, de conviver com as meninas, de ficar com vários caras diferentes e ainda ganhar dinheiro com isso. Já sofri um aborto, mas não foi por que eu quis, foi por culpa da minha mãe. Hoje, sou casada, mas meu marido está preso, e sabia desde quando ainda estava solto, que eu faço programa. Ele não gosta, mas eu não ligo”, diz. Beatriz conta ainda, sobre os perigos da vida na prostituição. “Uma amiga nessa semana mesmo, quase levou umas facadas. O cara prometeu pagar muito mais do que pedimos normalmente, e antes de eles entrarem no motel, ele a ameaçou com uma faca enorme, ela conseguiu fugir do carro, mas ficou com medo. Comigo nunca aconteceu nada”, explica.

Outra história que retrata a vida dessas mulheres, é a de Gisele Sousa, 20. Ela tem um filho, de três anos, e disse trabalhar como garota de programa para sustentá-lo. “Minha família toda sabe que eu sou prostituta, ninguém tem o direito de me dizer nada, ou não gostar da minha profissão, eles não me ajudam, então não podem falar. Eu comecei a fazer programa aos 16 anos, e não me arrependo. Não acho que seja algo bom, não me agrada, mas também não é insuportável. Já tentei sair trabalhar de outras coisas, mas não dá no final do mês o salário não dá nem para o leite, e aí o que eu faço? Tive de voltar e me prostituir”, explica.

Casas de shows

Para quem trabalha em casas de shows, além de ter um espaço reservado e sem tantos perigos quanto nas ruas, os preços dos programas também são maiores. Raquel, 19, veio de Belo Horizonte MG, para Goiânia, com o intuito de ganhar dinheiro com a prostituição para se manter e conseguir sua independência financeira. “Ninguém da minha família sabe, o que eu estou fazendo de verdade, eu falo que trabalho como secretária aqui. Conheci essa vida por um amigo meu, eu saía normal com os caras que eu achava bonito, e ficava com eles. Esse amigo meu não é bonito, mas eu saía com ele sempre, ai ele me ofereceu dinheiro, porque ele sabia que eu não tinha coragem de ficar com ele, começou a me dar de tudo, a primeira vez foi com esse cara, ele é horroroso de gordo, fiquei com ele várias vezes, e depois dele eu nunca mais fiquei com um homem de graça. E eu comecei a ter outra cabeça sobre os homens, porque nenhum homem vai levar mulher a sério, o que eu tenho de histórico de vida, o que eu já passei, me faz pensar assim. Então eu não acredito nos homens, não vou ficar com um cara aqui e pensar que no outro dia vou ligar pra ele e ele vai me atender, não, não penso assim, se você me der um presente eu saio com você, entendeu, do contrário não”, explica.

Raquel fala de um dos principais motivos que a levaram a prostituição, uma desilusão amorosa que aconteceu quando ainda era muito nova. “Um dos meus ex-namorados me fez sofrer muito, ele era bonitão, pegador, me traía debaixo do meu nariz, foi mais por causa dele que eu fiquei assim com os homens. Ele me bateu, eu tenho uma cicatriz nas costas por conta disso. Eu era fiel a ele, nem pensava em traição, já ele me traiu na casa do amigo dele, eu estava dormindo e ele ficou com outra menina, acho que o que os olhos não veem o coração não sente, mas agora uma mulher como essa que fez isso comigo, é uma vagabunda, ficar com o cara com a mulher dele estando ali perto, é outra coisa. Ele ainda teve a capacidade de contar no outro dia”, conta.

Ela ainda fala que não consegue mais trabalhar o mês todo pra ganhar R$ 500, ou um salário, sendo que pode faturar mais que o dobro em um dia apenas. “Todas minhas amigas fazem programa e são só meninas bonitas, novas. Além do dinheiro, também é por desacreditar dos homens, mas eu quero conseguir minhas coisas e, realmente fazendo programa é mais fácil. No entanto, também é difícil, você deitar com um cara que não quer transar, não é bom. Chega uma hora que não dá mais, eu estou nova, e já quase desisti, às vezes perco a paciência, fico tentando tolerar as situações.

Eu já trabalhei no Rio de Janeiro também, peguei um gringo, fui com uma mulher, mas acabou não dando certo, eu não sei nada de inglês, e só ela falava com ele, acabaram discutindo feio e eu não sabia o que fazer. Ele deu o dinheiro pra ela e queria que eu dormisse com ele, mas não tínhamos combinado nada sobre dormirmos juntos, disse a ele que ia fazer meu trabalho e ir em bora. Eu comecei a chorar, entrei num desespero, imagine, eu no Rio de Janeiro e minha família não fazia ideia de onde eu estava se acontece alguma coisa comigo ali, ninguém ia nem ficar sabendo. Encontrei outra garota que era do mesmo ramo no elevador e ela me ajudou, me levou de táxi até onde eu estava ficando. Fora essa situação, todos os caras que eu sai foram tranquilos.

Ela explica que quando começou a fazer programas em Belo horizonte, não ia a casas de shows ou boates, só combinava tudo por telefone, com receio de ser descoberta. “Me procuravam pessoas que eu já tive contato, ou uma amiga passa, porque minhas amigas também são todas assim, nenhuma trabalha em boates. Acho que não precisamos nos expor, ainda mais onde a gente mora”, ressalta.

O histórico familiar de Raquel demonstra que a vida da garota nunca foi um mar de rosas, e ela teve mais de um motivo para querer sair de casa. “Quero comprar um apartamento para mim, porque eu moro com a minha avó, e minha mãe é uma pessoa totalmente descontrolada e viciada em crack, minha avó tem uma condição financeira boa, mas é da mesma forma que minha mãe, e o dinheiro que ela tem é para ela usar droga e jogar na cara da gente, eu não aguento, eu poderia muito bem trabalhar e viver lá, mas não dá, brigamos muito. Eu não aguento ver aquilo que elas fazem, prefiro mil vezes fazer meu programa do que viver lá presenciando elas usarem droga. Meu pai faleceu quando eu ainda tinha nove anos. Minha mãe está grávida do sétimo filho, o mais novo tem oito anos”, relata.

Sexo seduzido pelo dinheiro
Sem se identificar como várias outras garotas, JR, 35, que traba-lha em uma casa de shows, em Goiânia, conta que começou a fazer programas por necessidades financeiras. “Eu trabalhava numa empresa normal, vim aqui nessa boate uma vez com uma amiga e gostei do ambiente. Tinha um cliente, e eu fiquei com ele na mesa por volta de meia hora, e nesse tempo eu falei, olha é a minha primeira vez, e eu não estou me sentindo à vontade, eu vou embora para casa, você se importa? Ele respondeu que não, mas me deu um agrado, uma caixinha como eles falam, ele perguntou se eu me importaria, e eu disse que não, claro. Ele colocou o dinheiro no meu bolso para que eu não ficasse constrangida, quando eu cheguei em casa e fui contar era meu salário umas quatro vezes, na época o salário estava em torno de R$ 200. Quando comecei eu tinha 22 anos, depois que isso aconteceu eu decidi, poxa eu vou ficar lá, falei para minha mãe, e ela, até hoje, é a única que sabe. Queria comprar uma casa para mim, cuidar da vida dos meus filhos. Tenho dois meninos e uma menina, o mais velho já está com 18 anos. Eu fui casada com um cliente da casa, mas eu tive meus filhos solteira, de namorado de muitos anos.

A prostituição melhorou minha vida, guardei dinheiro, consegui comprar meu lote, minha casa, estou fazendo um curso profissionalizante e vou montar meu salão, sempre guardando muito do dinheiro que ganho, fico segurando para não comprar coisas supérfluas, roupas, sapatos enfim”, diz JR ainda conta que de fácil, a vida dela e das garotas de programa não tem absolutamente nada. “Aparece gente de todo tipo, tem homem carinhoso, que te trata como se você fosse a mulher dele, tem quem seja ignorante, grosso, que pensam que porque estão pagando aquele valor você tem que se submeter a qualquer tipo de coisa, outros saem muito bêbados, ou vão só para conversar. Eu não vou com todo mundo, eu sempre escolho com quem eu saio, nunca sou eu a escolhida. Tem homem que te paga R$ 500 e quer ficar com você quinhentas vezes, então eu já combino direitinho o horário e o que eu faço, tudo no meu limite”, explica.

A pior experiência de JR, foi ficar com homem casado e a esposa dele no mesmo quarto, ela conta que ao chegar no motel a mulher do cliente achou que conseguiria vê-lo com outra, mas não foi o que aconteceu. “Ela deve ter pensado, vou sair com ele e com a menina e ele não vai me trair, e aí ele ficou muito comigo, deu muita atenção para mim. Ela deu uma crise de ciúme no motel, ela bateu nele e eu fiquei sem saber o que fazer, foi a pior situação para mim, então se chegar outro casal aqui e me escolher eu nem vou.

A vida de casada com um dos clientes da casa não deu certo, segundo JR, ele sentia muito ciúme o que não deixou a relação ir a diante. “Não valeu a pena, o tempo em que fiquei com ele eu poderia estar construindo mais coisas, porque cada vez que você fica fora daqui, você envelhece. Apesar de que a gente cria um nome, o cliente já te conhece, sabe o que fazemos, e tem cliente que não troca uma garota de programa que já é antiga por uma novata, porque sabe o ritmo de cada uma, mas eu não casaria de novo. Hoje, não gosto de ninguém lá fora, mas se acontecer de eu gostar, tenho que sair e viver uma vida normal, trabalhar normal. Não dá certo ter alguém lá fora e trabalhar aqui, complica tudo, porque você não vai querer trabalhar, não quer ganhar dinheiro, começa a chorar, então amor não existe. Já aconteceu comigo, eu sofri muito uma vez, deixei muita coisa para viver com uma pessoa que não me deu valor, então agora eu procuro alcançar o objetivo, depois que eu conseguir ao sim, eu vou procurar uma pessoa para eu cuidar e para cuidar de mim, porque dói, machuca, um homem nunca vai te tratar como uma mulher normal, sempre vai lembrar do seu passado, não escondo minha profissão”, conta.

Em relação ao uso de contraceptivos e preservativo, todas disseram ter apoio de faculdades e pessoas que passam com frequência tanto nas casas de shows quanto na rua para fazer exames e consultas.

Perguntada sobre o motivo dado pelos homens para procura-las, JR explica que maior parte deles é apenas por sexo. “Tenho um cliente que fala pra mim que a mulher dele faz de tudo na cama, até strip, então a questão mesmo é só por estar com uma pessoa diferente, uns se apaixonam na gente e dá trabalho, outros não, mas a maioria vem em busca do novo. Tem os psicopatas que ficam lá fora esperando nós sairmos, é complicado”, conclui.

Garoto de programa

Eduardo já trabalhou em empregos formais, mas prefere os programas a voltar para o salário fixo. Segundo o rapaz escolheu essa vida por conta do dinheiro, que diferente dos outros lugares onde trabalhou fazer os programas se tornou mais rentável. “Comecei pela questão financeira, para manter meu padrão de vida, gosto de me vestir bem, enfim. Tenho uma namorada, é um relacionamento que já dura três anos, mas ela e meus familiares não sabem dos programas, apesar de tê-la conhecido assim. As mulheres que me procuram tem uma condição financeira boa, ninguém que não tenha dinheiro sobrando procuraria um acompanhante. Ontem mesmo fui a uma festa com uma senhora da alta sociedade, essas pessoas muito ricas, não têm muitos amigos, e por vezes nos procuram apenas pela companhia. Cerca de 90% das mulheres que me ligam são casadas, os motivos que as levam a isso são diversos, desde a busca pela satisfação sexual, por vingança, ou simplesmente por que o relacionamento com o parceiro não vai bem. O valor dos programas são relativos, não tem um preço ou tempo pré-determinado. Considero que tenho um nível cultural bom, faço aulas de Inglês, não terminei a faculdade, mas convivo muito com outras pessoas e estou sempre aprendendo mais”, conta.

Entrevista - Dalva de Jesus Cutrim Machado
Muitas mulheres que passam por privações financeiras, psicológicas, sociais e até mesmo intelectual, sem alternativas que possibilitem formas dignas de trabalho que garantam sua sobrevivência, sujeitam-se a prostituição. Parece que na prostituição tudo se converte em um produto, o corpo da mulher é visto como objeto de compra e venda, onde se escolhe tamanho, cor e prazo de validade. O uso de seu corpo  é  uma das maneiras de reforçar a dominação masculina por meio da satisfação de suas necessidades sexuais e muitas vezes emocionais. Cabe lembrar que falar sobre prostituição não é um assunto fácil, não podemos desconsiderar fatores importantes que fortalecem sua construção e afirmar somente que ela está associada diretamente a violência sexual, pobreza, mercado sexual e autonomia da mulher.

DM - A prostituição pode acarretar no psicológico dessas garotas, em quê?

Dalva - Existem consequências de caráter psicológico para o comportamento de se prostituir, o que poderá acarretar conflitos existenciais e várias síndromes (sinais e sintomas) tais como: sentimentos de tristeza e insegurança, ansiedade, medo, descontrole emocional, baixo autoestima, vergonha, sentimento de inferioridade e inutilidade, desvalorização, despersonalização, carência afetiva, disfunções sexuais, depressão, síndrome do pânico entre outras. Os traumas podem acompanhar a pessoa pelo resta de sua vida, gerando dificuldades de adaptações sexual, interpessoal e afetiva.

DM - A base familiar pode fazer alguma diferença na hora da escolha de se tornar ou não uma garota de programa?

Dalva - Observa-se que muitas pessoas provenientes de famílias desestruturadas, em situação de miséria, com abandono dos filhos e com históricos de mães prostitutas, tendem a encontrar na prostituição um meio para ganhar o sustento. A família tem um papel fundamental na formação da personalidade do indivíduo, desta forma, a violência sexual sofrida por parte de parentes e pessoas próximas podem levar à prostituição. Muitas crianças que sofrem abuso poderão enfrentar a rejeição da família, vergonha, medo, perda das perspectivas do futuro e o  preconceito da sociedade, fazendo da venda do seu corpo uma fuga para seus conflitos psicológicos.

DM - Muitos consideram esse caminho da prostituição “mais fácil”, elas (acompanhantes) dizem que não, muito pelo contrário é uma vida sofrida. O que pode fazer com que elas continuem nessa vida mesmo com toda essa dificuldade?

Dalva - Além do aspecto financeiro, que se mostra essencial, um provável fator mantenedor para que algumas prostitutas continuem nessa vida, é o  condicionamento que sofrem, por meio dos maus-tratos, como violência, discriminação, e falta de autoestima, que as tornam vulneráveis e passivas.

O sentimento de rejeição social, menos valia e humilhação leva a prostituta a assimilar de forma intensa, recorrente e persistente, os preconceitos e desvalorização social, passando a acreditar que a única forma que possuem de sobreviver é através da venda de seu corpo. Tal crença traz enormes dificuldades de procurarem novas possibilidades e novas perspectivas de vida.

DM - Algumas delas são mães, você acha que mesmo que os filhos não saibam da profissão da mãe, isso pode influenciar na vida dessas crianças de forma negativa?

Dalva - A influencia poderá ser negativa caso a mãe não consiga suprir as necessidades básicas de seus filhos. É sabido que  a genitora tem um papel muito importante na formação da personalidade da criança. Torna-se essencial a relação mãe e filho, a qual deve ser baseada na construção do amor, respeito, carinho e cuidados especiais. Além do mais, transmitir segurança e se fazer presente emocionalmente na vida deste são alicerces sólidos para a vida de uma criança saudável psicologicamente.

DM -Durante as entrevistas uma delas disse "na vida de prostituta não tem espaço para amor", o que a falta desse sentimento pode acarretar na vida dessas mulheres?

Dalva - Muito importante é compreender que, se é uma relação de negócio, o amor não é o principal. Se a prostituição para a mulher é  uma forma de trabalho e ganho de dinheiro "na vida de prostituta não tem espaço para amor", porque nessa relação o objetivo não é amoroso e sim financeiro.

DM - O dinheiro sem sombra de dúvidas é unânime quando se trata dos motivos pelos quais elas entraram nessa vida, e também motivo pelo qual não conseguem sair dela, só ficam na promessa... Quando conseguir tal coisa eu paro, mas nunca conseguem. Você acha que se as pessoas dessem maior valor e respeito ao amor e às relações, mesmo que as sexuais, o número de garotas de programa poderia diminuir?

Dalva - Talvez. O ideal seria a valorização das relações sexuais e amorosas principalmente. Mas quando se trata de pessoa, devemos sempre procurar compreender a complexidade do ser humano, sua individualidade e suas particularidades. São muitas as variáveis que levam a  pessoa a se prostituir, inclusive o dinheiro.


Fonte: (Nayara Reis) DIÁRIO DA MANHÃ

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