Moradores da Pampulha e do Mangabeiras reclamam da presença
de garotas de programa. Além da prática de sexo em locais públicos, considerada
crime, eles denunciam uso de drogas e aumento da violência. Rua Aldo Casillo, no Mangabeiras, é usada como motel, sem
qualquer restrição. já a avenida Otacílio Negrão de Lima, na orla da lagoa da Pampulha,
tem vários pontos à luz do dia.
Ruas e avenidas de bairros que abrigam dois dos principais
cartões-postais de Belo Horizonte viraram pontos de prostituição em plena luz
do dia ou motéis dentro de carros e em calçadas. A presença de garotas de
programa e travestis que migraram de outras regiões para a orla da Lagoa da
Pampulha e áreas próximas levou moradores a se mobilizarem para instalar
câmeras nas ruas para tentar inibir a prostituição, que, segundo eles, aumentou
nos últimos anos. Além da perturbação do sossego, eles reclamam do uso de
drogas e da criminalidade. No Mangabeiras, que abriga pontos turísticos, como
dois parques e a Praça do Papa, vias com pouca iluminação são usadas por
motoristas que levam mulheres e travestis da Avenida Afonso Pena para o bairro.
O aumento de prostitutas em BH é confirmado pela própria associação da
categoria. No Brasil, prostituição não é crime, mas sexo em locais públicos é,
assim como a exploração sexual.
O aumento de pontos de prostituição e de pessoas fazendo
sexo dentro de carros na porta das casas está mobilizando moradores do entorno
da Lagoa da Pampulha. Sem respostas da prefeitura e da Polícia Militar, eles
decidiram agir por conta própria. Na Avenida Otacílio Negrão de Lima, bem perto
do Museu de Arte e do Pampulha Iate Clube (PIC), cerca de 30 famílias se uniram
e decidiram instalar 17 câmeras de vigilância para tentar inibir a presença de
prostitutas. Eles denunciam que mulheres ficam nas ruas dos Estados, Guandu,
Garopas e Ilha Grande durante o dia à espera de clientes. Durante a madrugada,
o maior problema é na Rua Guandu, ao lado do PIC, na altura do Bairro Jardim
Atlântico.
Moradores dizem que os pontos de prostituição aumentaram há
cerca de três meses com as obras de duplicação da Avenida Dom Pedro I. Houve
migração de mulheres da região do Bairro São João Batista para a orla. “Está
insustentável, constrangedor. A região fica muito escura à noite, o que
favorece a prostituição, uso de drogas e aumento da violência”, desabafa Ernani
Sérgio Loretti Marques, que reuniu os vizinhos para tomar providências. Segundo
ele, o quarteirão era tranquilo, mas há cerca de dois meses começaram a ocorrer
assaltos.
A cobrança é por mais policiamento, nova iluminação e corte
de árvores que escondem as lâmpadas na região. No sistema de monitoramento que
será instalado, as imagens serão gravadas e ficarão à disposição da PM. Eles
decidiram também que os policiais que patrulham a área poderão usar um espaço
na portaria do PIC para atender ocorrências e ver as imagens. Placas serão
colocadas também para avisar das filmagens. O custo da iniciativa será de R$ 20
mil.
O comandante da 15ª Cia. Especial do 49º Batalhão, capitão
Wilson Silva de Lima, informou que mantém viaturas com rondas constantes na
região, mas prostituição não é ilegal e ninguém pode ser retirado à força da
área, a não ser que ocorram crimes. “O que vamos fazer é cadastrar, fazer
abordagens inclusive de clientes. São formas de inibir”, disse. Segundo ele, a
maioria das denúncias recebidas é de perturbação de sossego, sexo explícito e
atentado ao pudor. Algumas pessoas já foram flagradas com crack e maconha, mas
a corporação não tem dados sobre ocorrências policiais na região.
A reportagem do EM constatou a presença de prostitutas na
orla e nas ruas próximas em plena tarde. Por volta das 15h, pelo menos sete
mulheres faziam ponto na Rua dos Estados e esquina de Guandu com Otacílio
Negrão de Lima. Sempre em dupla, elas se oferecem para quem parar o carro
interessado em um programa. Algumas são discretas, outras passeiam pela lagoa à
espera de clientes. Olham com desconfiança e só se exibem para quem parar e
conversar.
Fonte: Estado de Minas
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