Cassius chamou a atenção de agentes federais quando tentava
entrar no país, vindo do Rio de Janeiro, em companhia de uma menina de 11 anos
de idade e outra de 18 anos. No aeroporto, os três foram encaminhados a salas separadas e
interrogados. A princípio, o agente de viagens alegou que levava as jovens para
um passeio turístico à Disneylândia, em Orlando (FL), mas as duas se apavoraram
e disseram a verdade às autoridades. Pressionado, Cassius admitiu ter
acompanhado outras pessoas a várias cidades nos Estados Unidos, publicou o
jornal comunitário Gazeta News.
O mineiro Cassius Dietrich, de 38 anos, que está preso desde
o dia 7 deste mês na Flórida (EUA), acusado de tráfico de pessoas, deve receber
uma visita da equipe do Consulado do Brasil em Miami neste final de semana. A
partir dessa visita, informou o Itamaraty, é que as providências para
libertá-lo serão tomadas. “A acusação é de um crime grave. Vamos acompanhar
para que tenha um julgamento justo”, informou o Itamaraty.
Dietrich é de Resplendor, Vale do Rio Doce, onde mora a
família. Ele tem dupla nacionalidade, brasileira e alemã, e, por isso, pode
abrir mão da ajuda brasileira. “O Consulado ainda não foi acionado por Dietrich
ou familiares, mas fez contato com a direção do Centro de Detenção Federal de
Miami e aguarda autorização para visitá-lo. Se ele quiser, vamos acompanhá-lo
para que tenha um julgamento justo”.
Cassius foi preso no aeroporto de Miami, quando desembarcou
de um voo do Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia, ele estava com duas adolescentes,
uma de 11 e outra de 18 anos. Abordado, teria apresentado um passaporte alemão,
que não necessita de visto para entrar nos Estados Unidos, e informado aos
agentes que acompanhava duas conterrâneas até a Disneylândia. Mas interrogadas,
as jovens teriam contado que, na verdade, iriam se encontrar com os pais que
vivem em Boston, supostamente de forma ilegal.
Para o irmão do agente, Mauro Dietrich, tudo não passa de
engano. Segundo ele, a mais jovem tem 14 e não 11 anos de idade e as duas têm
vistos de turista e passaportes brasileiros válidos. Mauro e o irmão seriam
sócios na Ramitur Turismo, com sede em Resplendor e com 22 anos de mercado,
além de registro na Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV).
Cassius já teria feito outras viagens ao exterior para acompanhar clientes,
principalmente idosos.
"Muitos emigraram deixando filhos e parentes para trás
e agora estão indo visitá-los. Não sabíamos que acompanhar pessoas com vistos
legais era burlar a lei. Se tinham o interesse de ficar lá, não é culpa dele. A
maioria volta”, justifica. Entretanto, segundo as leis federais vigentes nos
EUA, o objetivo de transportar, mesmo que seja legalmente, crianças com a
intenção de deixá-las permanentemente no país já implica em tráfico humano.
O réu teve negado o
pedido de pagamento de fiança e também não poderá responder ao processo em
liberdade. Se condenado, pode pegar até dez anos por cada pessoa
"traficada". “Fizemos várias tentativas de contato com o Consulado e
não conseguimos. Precisamos de toda a ajuda possível, e rápido”, diz Mauro
Dietrich.
Fonte: Hoje em Dia
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