Mais que a mera curiosidade sobre o mundo da prostituição, o fotógrafo aposta que o trunfo do seu trabalho é o questionamento de pensamentos tradicionais sobre a prostituição.
O fotógrafo Marc McAndrews estava em uma de suas viagens
pelos Estados Unidos quando, conversando com pessoas em Lovelock, Nevada,
alguém perguntou se ele já havia estado em um bordel. Alguns dias depois,
McAndrews retornou para seu apartamento em Nova York, e o questionamento seguiu
com ele, que decidiu transformá-lo em um projeto de fotografia.
O resultado foi uma jornada de cinco anos adentrando o mundo
dos bordéis de Nevada, o único Estado americano onde a prostituição é
legalizada (desde que praticada em bordéis, isto é, não na rua). "Na
primeira vez que fui para Nevada (fazer as fotos) eu achei que seria somente
uma viagem e que eu acabaria publicando o material como em uma revista ou
talvez uma exibição. Quando eu voltei para Nova York (no entanto), o trabalho
recebeu uma reposta tão positiva que eu decidi retornar várias vezes",
conta o fotógrafo, cujo trabalho está publicado no livro Nevada Rose (Ed.
Umbrage).
McAndrews conta que, por ser homem, enfrentou certa
resistência no início do projeto, quando era ainda visto com suspeita pelos
donos dos bordéis. Mas, com o passar do tempo, pôde não apenas mostrar a
natureza de seu trabalho como também se aproximar da intimidade das prostitutas
e dos clientes. Isso acabou por mudar o próprio objetivo do projeto.
"Inicialmente, eu estava somente fotografando mulheres, os palcos e os
quartos, mas, à medida que eu passava mais tempo lá, comecei a fotografar os
detalhes, as lavanderias, e todos os lugares e coisas sobre os quais geralmente
não pensamos quando pensamos em um bordel."
Mais que a mera curiosidade sobre o mundo da prostituição, o
fotógrafo aposta que o trunfo do seu trabalho é o questionamento de pensamentos
tradicionais sobre a prostituição. "Muitas das imagens que vemos sobre
prostituição ilegal e prostituição de rua são muito distorcidas. Nas ruas há
cafetões e drogas e coisas que mantêm as mulheres presas e sem controle sobre
si mesmas. Já nos bordéis há proteção legal e as mulheres são trabalhadoras
independentes negociando seus próprios valores e o que irão ou não fazer",
conta.
Fonte: Terra
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