PÔSTER CONTRA O TRÁFICO HUMANO DA COPA DO MUNDO DA ÁFRICA
O Brasil está se preparando para sediar três grandes eventos
esportivos: a Copa das Confederações, em junho deste ano, a Copa do Mundo em
2014 e a Olimpíada em 2016. Não é novidade que competições deste porte, em
qualquer lugar do planeta, podem incrementar o turismo sexual. Mas será que o
tráfico de seres humanos para fins de prostituição também cresce nessas
ocasiões? Ao contrário do que prega o senso comum, pesquisas realizadas em
diversos países revelam que não.
À pedido da União das Federações Europeias de Futebol
(UEFA), cujo objetivo era fornecer subsídios para os países-sedes da Eurocopa
de 2012 e organizações de direitos humanos balizarem suas ações para coibir o
tráfico de pessoas, três acadêmicos se debruçaram sobre dados colhidos durante
a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, e da África do Sul, em 2010. Depois de
exaustiva análise, não encontraram nenhuma correlação entre esses eventos e o
tráfico humano nos dois países.
Outro estudo,
publicado em 2011 pela Aliança Global Contra o Tráfico de Mulheres, chegou à
mesma conclusão. A ONG se baseou em pesquisas feitas em três edições recentes
do Super Bowl, a maior competição esportiva dos Estados Unidos, e em quatro
grandes torneios mundiais: Copa da África do Sul, Jogos Olímpicos do Canadá
(2010), Copa da Alemanha e Jogos Olímpicos da Atenas (2004). Antes desses
eventos, a expectativa era de que 40 mil pessoas migrariam por força do tráfico
humano para atender ao aumento da demanda por sexo.
As informações apuradas pelos pesquisadores, no entanto,
mostraram que autoridades da África do Sul não registraram nenhuma ocorrência
de tráfico humano durante a Copa. Cinco casos relacionados ao mundial de
futebol foram descobertos na Alemanha. Canadá e Atenas não registraram
ocorrências de tráfico ou aumento da prostituição. Da mesma forma, autoridades
policiais americanas também não observaram o incremento do crime durante as
três edições do Super Bowls.
Uma das explicações dos especialistas no assunto é que, por
terem curta duração, esses eventos não seriam suficientemente rentáveis para os
traficantes. Os estudiosos também alertam que o mito de que grandes competições
esportivas provocam o aumento do tráfico de pessoas pode desviar a atenção das
autoridades e prejudicar a implantação de políticas públicas que combatam
verdadeiramente o problema. Tráfico humano é um crime seriíssimo que tem de ser
atacado em qualquer período do ano – sem sazonalidades.
Fonte: revista marie claire.
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