Casa da Mulher Puerto Madryn e o Comitê de América Latina e
Caribe para a defesa dos direitos das mulheres (Cladem) estão realizando na
Argentina uma campanha contra o abuso sexual com o tema "O silêncio não é
saúde”. A finalidade é estimular as pessoas, de todas as idades, que já
passaram por abuso ou agressão sexual a expressarem sua vivência para que
comecem a partir daí a amenizarem seus traumas.
A campanha aponta que crianças, adolescentes, adultas e
idosas passam por situações de abuso sexual, geralmente, caladas. Elas/es são
vítimas, na maioria das vezes, de pessoas próximas à família como amigos ou
vizinhos e, em outras situações são indivíduos da própria família que praticam
o crime sexual. Sendo esta proximidade com os criminosos um dos motivos para
que as vítimas se calem.
Diante desta situação, tão corriqueira na Argentina e n o
mundo, a Casa da Mulher e o Cladem chamam todos e todas a se unirem a esta
campanha para que juntos possam romper o silêncio mesmo que muitos anos já
tenham se passado, mesmo que a causa já tenha prescrito ou ainda que o abuso
não tenha sido contado para ninguém. As organizações chamam a falar, se
expressar, pois "o silêncio não é saúde”.
Para participar da campanha tire fotos junto ao cartaz que
se encontra nesta página e as envie para o e-mail casadelamujerpm@gmail.com. A
campanha segue até o dia 19 de novembro, Dia Mundial para a Prevenção do Abuso
Infantil. As fotos serão usadas unicamente para divulgar a campanha e serão
publicadas em redes sociais, no blog da Casa da Mulher e em materiais da
campanha.
O abuso sexual contra adolescentes, crianças, adultos e até
idosos/as é um crime comum no mundo todo. Mesmo assim, não recebe a atenção
adequada das autoridades. Prova disso é que alguns países como Argentina não tem
dados oficiais sobre a problemática. O que se sabe é que as denúncias
triplicaram nos últimos oito anos neste país. Nos demais países também houve
aumento significativo.
Mesmo com a grande quantidade de denúncias, American Academy
of Pediatrics estima que apenas um de cada dez casos será descoberto. Sendo o
abuso sexual de criança um dos delitos com maior sub-registro devido ao
silêncio que circunda estes casos.
Outro dado referente à Argentina, mais especificamente de
Córdoba, aponta que nos casos de violência sexual ocorridos na região 43% das
vítimas era menor de dez anos e nove de cada dez agressores eram do círculo de
convivência da vítima. De acordo com informações do Programa de Atenção
Interdisciplinar do Conselho da Mulher, o programa aumentou a assistência
oferecida em um terço para atender as vítimas e os centros mais importantes de
atenção às vítimas de delito contra a integridade sexual da região também
aumentaram seu atendimento em 30%.
Os dados são referentes ao segundo semestre de 2011, quando
o Programa de Atenção Interdisciplinar atendeu 451 pessoas. No mesmo período do
ano passado o número de vítimas havia sido 347. Mulheres e crianças seguem sendo
as principais vítimas. Elas foram os alvos em 83% dos casos e sete de cada dez
que sofreram abuso sexual eram crianças.
Neste tipo de crime os agressores, na maioria das vezes são
conhecidos. 89% deles eram familiares, vizinhos ou conhecidos da vítima. Entre
eles, 64% tinham vínculo familiar e era o pai, padrasto, irmão, tio,
ex-parceiro, avós, mães ou madrastas.
Conceito
O abuso sexual é apontado também como uma forma de maltrato
e acontece quando se envolve uma criança em atividade sexual que ele ou ela não
compreenda inteiramente, sobre a qual é incapaz de dar um consentimento
informado, ou para a qual a criança não esteja preparada ou que viola as leis
ou tabus sociais, aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Fonte: Adital
Nenhum comentário:
Postar um comentário