As gravidezes em meninas e adolescentes constituem um severo
problema de saúde pública em toda América Latina, que é o segundo continente
depois da África, onde se denunciam os mais altos índices de meninas mães,
disse Leonor Calderón, representante do Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA).
Segundo Calderón,
durante a inauguração da "Reunião Regional de Cooperação Sul-Sul entre
países Andinos e Centro americanos”, que se realiza em Guatemala de 29 a 31 de
agosto, a falta de prevenção em gravidezes de meninas e adolescentes afeta
bastante o desenvolvimento das populações na região.
A representante da UNFPA na Guatemala disse que a situação
no país é ainda mais preocupante, pois segundo os dados do Observatório de
Saúde Reprodutiva (OSAR) só em 2011 se relataram 48 mil 051 partos, desses 3
mil 96 foram em meninas de 10 a 14 anos.
Calderón indicou que 21 dos partos que se registraram no ano
passado, foram em meninas de 10 anos, uma situação alarmante e grave, pois
constituem uma violação aos direitos humanos das menores de idade, além do que
existe um delito por perseguir pois esses casos deveriam ser considerados como
violações sexuais.
A funcionária internacional lamentou a "normalização”
das gravidezes em adolescentes; as sociedades cada vez estão vendo como normal
que menores de idade resultem grávidas, um fenômeno e uma mentalidade que deve
ser mudada.
De acordo com Caroline Chang, Secretária Executiva do
Organismo Andino de Saúde–Convênio Hipólito Unanue (ORAS-CONHU), disse que a
reunião é uma oportunidade para compartilhar experiências e avaliar a situação
a nível regional, sobre o tema de gravidez em adolescentes.
O problema de partos em menores de idade é um tema complexo
que afeta a própria menina, sua família, o seu entorno, a sociedade e o seu
país, pois se interrompem projetos de vida e a maioria de meninas mães não
atinge um desenvolvimento integral para ela e seus filhos e filhas, afirmou.
Chang disse que os números são preocupantes, pois esse
fenômeno é um resultado da desigualdade, da pobreza, da falta de oportunidades
e do escasso acesso à educação.
O objetivo da "Reunião Regional de Cooperação Sul-Sul
entre países Andinos e Centro americanos” é patrocinar um diálogo Sul-Sul sobre
prevenção de gravidez adolescente entre governos, funcionários, especialistas
regionais e jovens da área andina e Centro América, o qual se centre em
compartilhar experiências, avanços e desafios desde uma perspectiva técnica e a
luz da evidência científica.
Fonte: Adital
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