Ao contrário do que se pode pensar, os agressores são homens que conhecem bem as mulheres e têm considerável tempo de relação com as vítimas. Prova disso é que em 7.761 (42,6%) casos o agressor tinha dez anos ou mais de relacionamento com a denunciante.
A Secretaria brasileira de Políticas para as Mulheres (SPM)
apresentou na última sexta-feira (27) em Brasília, Distrito Federal, um balanço
trimestral do trabalho da Central de Atendimento à Mulher – o Ligue 180. A
exposição dos dados é uma forma de mostrar à sociedade e ao poder público as
tendências com relação aos casos de violência de gênero no período de janeiro a
março deste ano.
Durante estes meses, a Central Ligue 180 registrou 201.569
atendimentos. Deste total, 24.775 foram denúncias de violência. A violência
física, - que engloba desde lesões leves até assassinato - segundo aponta o
relatório da SPM, continua no topo das reclamações. Foram 14.296 atendimentos
(58%) relatando este problema. Destes casos, 13.296 foram classificados segundo
o risco percebido pela vítima. Em outros 7.000 casos a violência representou
risco de morte para as mulheres e em 6.025 atendimentos as mulheres relataram
ter sofrido espancamento.
Além da violência física, a Lei Maria da Penha também
considera outros quatro casos, que são: violência psicológica (3.305 casos
registrados pela Central de Atendimento), violência moral (2.973 casos), sexual
(460 denúncias) e violência patrimonial (425 ocorrências).
Ao contrário do que se pode pensar, os agressores são homens
que conhecem bem as mulheres e têm considerável tempo de relação com as
vítimas. Prova disso é que em 7.761 (42,6%) casos o agressor tinha dez anos ou
mais de relacionamento com a denunciante. Em 3.422 (18,8%) tinha entre cinco e
dez anos de relação afetiva e em 1.875 (10,3%) entre um e dois anos de
relacionamento.
Dentre as orientações da Central de Atendimento está o
encaminhamento das ocorrências ao serviço público. De janeiro a março, o Ligue
180 fez 52.788 encaminhamentos à segurança pública, sendo 60% para a emergência
190 e 23% para as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam).
Ligue 180
A Central de Atendimento à Mulher foi criada em 2005 pela
SPM e desde esta data já realizou mais de dois milhões de atendimentos de casos
relacionados à violência de gênero. O Ligue 180 funciona 24 horas, todos os
dias da semana, até mesmo nos feriados. Ao acessar este serviço, as mulheres
recebem informações sobre o que devem fazer caso sejam vítimas de algum tipo de
violência.
Desde novembro do ano passado, o serviço também funciona
desde a Espanha, Itália e Portugal. Em apenas quatro meses, a Central recebeu
cerca de 70 ligações de brasileiras no exterior e realizou 18 atendimentos.
Fonte: Natasha Pitts,
da Adital
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