Em discurso nesta quarta-feira (2), o senador Cristovam
Buarque (PDT-DF) se disse preocupado com outro problema ligado à Copa do Mundo
no Brasil: o aumento da prostituição de menores durante a realização do
evento. Para ele, o problema se soma à
liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios.
Cristovam lamentou a inexistência de qualquer mobilização ou
debate, nem entre o governo e as autoridades responsáveis pelo evento, nem na
Federação Internacional de Futebol (Fifa), para reprimir, com rigor, um
possível aumento da prostituição de menores durante os jogos da Copa. Sua
preocupação, afirmou, elevou-se depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
absolveu um homem acusado de estuprar três menores de 12 anos: sob alegação de
que as meninas se prostituíam, os juízes viram consentimento nas relações
sexuais.
- Nós não podemos permitir que com uma coisa tão boa, como
ter a Copa no Brasil, a gente possa ter a vergonha de transformar o país em um
centro de atração de turista pelos jogos e de turistas sexuais por causa das
nossas menores – disse.
Ao registrar a realização de audiência pública onde os dois
temas foram discutidos, Cristovam posicionou-se contra a liberação da venda e
consumo de bebidas alcoólicas durante a realização dos jogos. Em sua opinião, a
liberação, contrariando lei já em vigor no país, pode perturbar o próprio
funcionamento das partidas e vai ferir a soberania.
- O fato de mudarmos as regras porque a Fifa nos impõe é uma
vergonha, uma desmoralização e uma perda de soberania nacional. E, se alguém
disser que o Brasil está escolhendo livremente, então por que não liberar
depois da Copa? Então quem errou quando se proibiu o consumo de bebidas
alcoólicas nos estádios de futebol há alguns anos? – questionou.
Fonte: Agência Senado
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