A Polícia Civil abriu inquérito
para apurar denúncias de abusos sexuais contra adolescentes com idades de 13 a
17 anos em uma casa de Alfenas, no Sul de Minas. O suspeito dos crimes é o dono
de uma suposta agência de modelos, que fugiu após o caso ser descoberto no
último fim de semana.
Há cerca de quatro meses, uma
casa localizada no bairro Jardim Alvorada, com três quartos e piscina, servia
de moradia para meninas que queriam entrar no mercado da moda. Para seguir
carreira, elas deixaram as famílias em outros Estados, como Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Goiás, e se cadastraram na agência do homem de 31 anos.
“Na última sexta-feira à noite,
recebemos uma denúncia no Conselho Tutelar afirmando que duas irmãs de Goiás,
de 14 e 16 anos, estavam se prostituindo no imóvel. Desloquei até o local no
sábado de manhã e fui recebido pelo suposto empresário”, contou o conselheiro
tutelar Paulo Silvério.
O homem foi informado da denúncia
e liberou a entrada de Silvério no lote. “As irmãs estavam nervosas, e queriam
sair dali. A princípio, talvez com receio da presença dele, elas não contaram
dos abusos. Cheguei a ligar na Polícia Civil, mas não mandaram equipe lá”,
explicou o conselheiro.
No domingo, ele retornou à
residência com mais duas conselheiras. Dessa vez, o suspeito não estava e as
garotas puderam contar o que realmente acontecia na casa. Na versão delas, o
agenciador afirmava que, para que as vítimas conseguissem contratos de
desfiles, tinham que “receber e dar carinhos”.
Quarto de motel
Segundo o conselheiro tutelar, os
abusos aconteciam no quarto do homem, que era parecido com uma suíte de motel,
com espelho no teto e frigobar. A princípio, nenhum material pornográfico foi
apreendido.
"As garotas passaram por
exames de corpo delito e foram levadas para uma kitnet, sob a responsabilidade
do Conselho Tutelar. Como ainda estão assustadas, algumas se recusam a passar
informações da família, que não sabe o que aconteceu. Assim que tivermos todos
os dados, as garotas voltarão para casa”, finalizou o conselheiro.
O suspeito não foi localizado
para comentar as acusações.
Investigação
A reportagem de O TEMPO tentou
uma entrevista com o delegado regional, Thiago Ribeiro, e com a delegada da
Delegacia de Mulheres, Renata Rezende, mas eles se manifestaram apenas pela
assessoria de imprensa da Polícia Civil. Segundo a equipe, as garotas foram
ouvidas na delegacia de plantão.
Algumas delas, maiores de 14
anos, chegaram a dizer que as relações foram consensuais. No entanto, elas
devem prestar depoimento novamente. Em relação ao chamado do Conselho Tutelar
no sábado, a corporação informou desconhecer e que enviou equipe ao local ao
tomar conhecimento do caso no domingo. Sobre o suspeito, buscas foram
realizadas em alguns endereços, mas ele não foi encontrado.
O homem não é considerado
foragido da Justiça, uma vez que não há mandado de prisão em aberto. Outras
informações não serão divulgadas por enquanto.
Fonte: O Tempo
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