Um senador nigeriano disse que o governo precisa de ajuda
internacional para resgatar as mais de 200 meninas sequestradas há duas
semanas. “Custe o que custar. até buscar ajuda internacional para garantir que
essas meninas sejam libertadas”, disse Ali Ndume. “Quanto mais o tempo passa,
menores as chances de encontrá-las e mais traumatizadas elas e as famílias
ficam”, completou.
Cerca de 50 das meninas conseguiram fugir do Boko Haram nos
primeiros dias do sequestro, mas 220 continuam desaparecidas, segundo a escola de
meninas Chibok. Elas tem idades entre 16 e 18 anos e estavam na escola para uma
prova de Física.
O sequestro em massa aconteceu depois de uma grande explosão
em Abuja, capital da Nigéria, que matou 75 e feriu 141. O fracasso em resgatar
as meninas é um constrangimento para o governo e o Exército da Nigéria, já
criticados pela incapacidade de frear o fundamentalismo que cresceu nos últimos
cinco anos no país. Mais de 1.500 pessoas morreram vítimas de insurgência este
ano, em comparação a uma estimativa de 3.600 entre 2010 e 2013.
"Eu sequestrei vossas meninas. Por Alá que as venderei no
mercado", disse Shekau.
O líder do grupo islamita nigeriano Boko Haram, Abubakar
Shekau, prometeu vender as mais de 200 meninas sequestradas no norte da Nigéria
há três semanas, em um vídeo obtido nesta segunda-feira pela agência France
Presse.
Mas a brutalidade da ação na escola chocou os nigerianos, já
acostumados há muito tempo a ouvir falar de atrocidades relacionadas a
insurgência islamista que dura cinco anos e está cada vez mais sangrenta. O
Boko Haram é agora visto como a principal ameaça de segurança à Nigéria,
principal produtor energia da África
Informações da imprensa afirmam que algumas das 223
estudantes sequestradas já foram vendidas como esposas na fronteira com Chade e
Camarões a preços irrisórios (US$ 12).
"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês,
meninas, devem deixar a escola e se casar" acrescentou Shekau, que indicou
manter as "pessoas como escravas".
No vídeo, Shekau aparece em uniforme militar e de pé diante
de um veículo blindado e de duas pick-ups nas quais estão metralhadoras.
A imagem está tremida, mas é possível ver claramente o rosto
do líder islâmico, falando em hausa, árabe e inglês.
Durante os primeiros 14 minutos, Shekau critica a
democracia, a educação ocidental e aqueles que não acreditam no Islã.
O Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental
é pecaminosa" em hausa, reivindica a criação de um Estado islâmico no
norte da Nigéria.
O grupo extremista deixou milhares de mortos desde o início
do levante, em 2009, em ataques contra escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do
Estado e das forças de ordem.
Mas este sequestro em massa de meninas é o ataque mais
chocante desde o surgimento deste movimento.
Fonte: Globo
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