A notícia ganhou destaque em toda a imprensa francesa, a
respeito da prisão de um funcionário da Air France, acusado de manter uma rede
de prostituição de brasileiras.
O furo foi do jornal local Le Parisien, na
semana passada. Também foram detidos a mulher brasileira do empregado da
empresa aérea e um amigo do casal, também brasileiro.
Para a antropóloga Soraya Simões, ligada ao Laboratório de
Etnografia Metropolitana da UFRJ e presidente da ONG Davida, criada há 20 anos
para defender os direitos de prostitutas no Brasil, o caso pode estar ligado à
política de contenção de imigração na França.
A denúncia partiu de uma jovem brasileira, que alega ter
sido forçada a se prostituir desde 2010, quando chegou a Paris. Ela relatou à
polícia francesa que recebia até cinco clientes por dia, cobrando 150 euros
(cerca de 450 reais) por programa.
A Air France confirmou à Rádio França Internacional que um
funcionário está sob investigação no caso, mas a empresa se recusa a fornecer
mais detalhes.
Sonho europeu
“Não dá para saber se a pessoa foi constrangida a exercer
uma atividade contra a vontade”, diz Soraya Simões. “Na França, por ser um país
bastante visado por imigrantes, há muitas pessoas trabalhando em regime
clandestino e até mesmo escravo, sem necessariamente ser prostituição. É um
debate que tem a ver com políticas de contenção de imigração, sem a obrigação
de envolver tráfico de pessoas”.
Ela lembra que há pessoas que desejam e procuram esse tipo
de deslocamento, ou seja, viajar para a Europa. “No ramo da prostituição, para
muitas mulheres e travestis, passar por cidades como Paris, Milão e Londres é
quase um upgrade na carreira”, compara Soraya.
Fonte: www.portugues.rfi.fr
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