O Dia Nacional da Mulher foi instituído em 1980, como
homenagem a Jerônima Mesquita, a enfermeira brasileira que liderou o movimento
feminista no Brasil, e fundou o Movimento Bandeirante, que tinha como objetivo
principal promover a inserção da mulher em todas as áreas da sociedade.
Jerônima Mesquita esteve também envolvida na criação do Conselho Nacional das Mulheres.
“As mulheres, assim como os homens, nascem membros livres e
independentes da espécie humana, dotados de faculdades equivalentes e
igualmente chamados a exercer, sem peias, os seus direitos e deveres
individuais, os sexos são interdependentes e devem, um ao outro, a sua
cooperação. A supressão dos direitos de um acarretará, inevitavelmente,
prejuízos pra o outro, e, consequentemente, pra a Nação”. Este é um trecho do
Manifesto Feminista, de autoria de Bertha Lutz, Maria Eugênia e Jerônima
Mesquita, escrito em 14 de agosto de 1934. O dia nacional da mulher, 30 de
abril, foi instituído pela Lei nº 6.971/1980, em homenagem à Jerônima Mesquita,
uma das principais líderes do movimento feminista brasileiro. Nascida em em
1880, casou-se aos 17 anos e, dois anos depois, divorciou-se.
Em plena I Guerra Mundial, em 1914, Jerônima ingressou como
voluntária da Cruz Vermelha de Paris e depois serviu à Cruz Vermelha Suíça. Ela
retornou ao Brasil ao lado das companheiras Stela Duval e Bertha Luz, momento
no qual fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF).
Nesse mesmo ano, o Brasil vivia períodos importantes: o surgimento do Movimento
Modernista e a fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Jerônima construiu
história e lutou intensamente pelo direito ao voto feminino, atuando no
movimento sufragista de 1932, que conquistou legalmente o direito ao voto, com
o Código Eleitoral. Nesse período, lançou o Manifesto Feminista (citado acima)
e, mais tarde, fundou o Movimento Bandeirante, grupo de mulheres uniformizadas
(uniformes com influência militar), que tinham como atividades: aulas de
primeiros socorros, enfermagem e puericultura.
Jerônima também participou da fundação do Conselho Nacional
das Mulheres do Brasil (CNMB), organização que tem como finalidade a defesa da
mulher. Dentre as principais conquistas estão: o direito ao voto, as fundações
da Pró-Mater (hospital beneficente para acolhimento de gestantes pobres) e da
Associação Cruz Verde, que lutou contra a fome, a febre amarela e a varíola no
início do século 20.
Sua atuação pelo direito da mulher ao voto foi veemente.
Hoje, as mulheres exercem o direito pleno ao voto, mas ainda enfrentam uma
disputa desigual no que tange à ocupação dos espaços no parlamento. Atualmente,
as mulheres ocupam menos de 9% dos cargos na Câmara Federal e a conquista
destes espaços é fundamental na luta por políticas específicas de gênero. Que a
luta desta brasileira, Jerônima Mesquita, seja replicada a cada dia em nossa
história.
Jerônima Mesquita, presente!
Por Coletivo de Mulheres da Fisenge
Fonte: http://www.fisenge.org.br/
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