Uma associação de luta contra a prostituição infantil, Ecpat
France, acaba de lançar uma campanha de prevenção antes da Copa do Mundo no
Brasil, com foco nos torcedores. Mais de 600 mil turistas são aguardados para o
evento, o que aumenta os riscos da exploração sexual de crianças e
adolescentes.
A Copa do Mundo de futebol só começa daqui a nove meses, mas
as associações que lutam contra a prostituição infantil já estão se
mobilizando.
Para Philippe Galland, diretor-executivo da Ecpat França, “o
Brasil é um país que enfrenta há muito tempo o problema da prostituição
infantil. De acordo com a Unicef, entre 300 e 500 mil crianças seriam
exploradas sexualmente no país, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste.”
Devido ao fluxo intenso de turistas, a Copa do mundo resulta
em um aumento da prostituição infantil. "Nós não tentamos necessariamente
culpabilizar os torcedores, mas sim explicar a eles que algumas situações podem
aumentar este risco”, diz Galland.
Monitoramento
Como a França adotou uma lei segundo a qual um francês que
comete o crime de abuso de menores no exterior pode ser preso e repatriado, “o
que acontecer no Brasil não ficará no Brasil”, confirma Galland.
O turista francês receberá vídeos e folhetos explicativos
durante toda a sua viagem. "Do aeroporto na França até o hotel no Brasil,
o turista terá informações sobre o assunto, com dicas de lugares turísticos,
bares ou táxis”, afirma ele.
Outro dispositivo será montado pela polícia, que vai coletar
na Internet e nas redes sociais informações sobre os turistas que possam estar
abusando de crianças.
A sociedade civil também será mobilizada, como foi o caso na
Copa da África do Sul, onde "escolas permaneciam abertas para evitar que
as crianças e jovens ficassem expostas nas ruas", disse Galland.
Por enquanto, a FIFA e a Federação Francesa de Futebol ainda
não apoiaram esta campanha de prevenção.
Fonte: RFI
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