Esse é o lema que segue como profissão de fé para Carmem
Lúcia Paz, 47 anos, prostituta, formada
em Ciências Sociais com pós-graduação em Direitos Humanos e sócia-fundadora do
Núcleo de Estudos da Prostituição, em Porto Alegre (RS).
"Comecei a fazer
programas aos 17 anos. A gente começa por necessidade e, por opção, continua.
Comecei a militar e resolvi ficar...
... Assumi ser prostituta, enfrentei a família,
o estigma, levantei a cabeça e fui para as ruas. A maioria diz que não gosta,
morre de vergonha, não tem opção. Tenho quatro clientes fixos e consigo quatro
ou cinco programas por dia, que podem render R$ 150 ou R$ 200. Gosto muito de
ser prostituta. É uma profissão que me realiza. Para mim, a prostituta não é
coitadinha. É uma profissional do sexo, que gosta tanto de sexo como de
dinheiro, como qualquer profissional. Não existe prostituta que trabalha nesse
meio porque não tem opção. Isso é mentira. Pode ser por um tempo. Depois, com o
dinheiro da prostituição ela pode investir em outra profissão. Luto para que a
prostituição se legalize. Assim, as mulheres iriam assumir a profissão e as que
não gostam sairiam. Ao negar o que são, fortalecem o estigma e alimentam o
preconceito. Depois, acabaria com a exploração dos donos de boates, cafetões
que não iam aguentar a barra de enfrentar a sociedade e assumir o que são, nem
iam garantir os direitos trabalhistas das mulheres"
Fonte: mulher.uol.com.br
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