A Polícia do Pará investiga o
aliciamento de travestis de Belém para a prostituição no estado de São Paulo.
Um grupo de paraenses retornou ao estado denunciando que foram vítimas de
aliciadores, além de terem sofrido ameaças e agressões. Um paraense de 19 anos
morreu na capital paulista, e as Polícias dos dois estados trabalham em
conjunto na investigação.
Cinco paraenses aceitaram a
proposta de uma aliciadora que combinou a viagem por celular, prometendo o
pagamento de R$ 50 por dia e o financiamento de próteses de silicone para as
vítimas. "Aqui você se sente em casa, pode comer a hora que você quiser",
diz uma das mensagens enviadas pela aliciadora. As vítimas denunciam que
tiveram os documentos retidos pelos aliciadores em São Paulo, foram mantidos em
cárcere privado e receberam ameaças e agressões.
Um dos paraenses, identificado
Edmundo Gonçalves Ramos, de 19 anos, morreu na capital paulista. Segundo o
irmão de Edmundo, ele foi vítima de uma aplicação irregular de silicone.
"Arrombamos a porta e conseguimos levar meu irmão pro hospital. Quando
chegamos lá já era tarde. Com uma semana injetaram silicone nele e estava fora
da validade", conta o paraense. O grupo retornou ao estado após três meses
em São Paulo.
A irmã de uma das vítimas pediu
para ele não viajar. "Eu passei dois dias sem comer e sem dormir, muito
desesperada", conta a jovem, que preferiu não se identificar. "Queria
deixar um recado para esses travestis que passam por essa situação. Quando ver
uma situação dessas muito milagrosa, dizendo que vai ter dinheiro fácil, que
vai conseguir modificar o corpo, que não caia mais nessa história, porque isso
é só ilusão", alerta a jovem.
De acordo com a delegada Sandra
Veiga, o crime tem características de tráfico de pessoas. "Nosso objetivo
maior nesse inquérito aqui no Pará é verificar de que forma e quem são as
pessoas que estão favorecendo a saída dos travestis para a prostituição",
diz a delegada.
Fonte: G1 Globo
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