Por Jose Antonio Pagola
Um dia Jesus pronunciou estas duras palavras contra os
dirigentes religiosos do Seu povo: “Asseguro-vos que os publicanos e as
prostitutas levam-lhes a dianteira no caminho do reino de Deus”. Há uns anos
pude comprovar que a afirmação de Jesus não é um exagero. Um grupo de
prostitutas de diferentes países, acompanhadas por algumas Irmãs Oblatas,
refletiram sobre Jesus com a ajuda do livro Jesus. Aproximação histórica.
Todavia me comovem a força e o atrativo que tem Jesus para essas mulheres de
alma simples e coração bom. Recupero alguns dos seus testemunhos.
“Sentia-me suja, vazia e pouca coisa, todo o mundo me usava.
Agora me sinto com vontade de continuar a viver porque Deus sabe muito do meu
sofrimento… Deus está dentro de mim. Deus está dentro de mim. Deus está dentro
de mim. Este Jesus entende-me!…”.
“Agora, quando chego a casa depois do trabalho, lavo-me com
água muito quente para arrancar da minha pele a sujidade e depois rezo a este
Jesus porque Ele sim entende-me e sabe muito do meu sofrimento… Jesus, quero
mudar de vida, guia-me porque só Tu conheces o meu futuro…”.
“Eu peço a Jesus todo o dia que me afaste deste modo de
vida. Sempre que me ocorre algo, Eu chamo-O e Ele ajuda-me. Ele está próximo de
mim, é maravilhoso… Ele leva-me nas Suas mãos, Ele carrega-me, sinto a presença
Dele…”.
“De madrugada é quando mais falo com Ele. Ele escuta-me
melhor porque neste horário a gente dorme. Ele está aqui, não dorme. Ele sempre
está aqui. A porta fechada, ajoelho-me e peço que mereça a Sua ajuda, que me
perdoe, que eu lutarei por Ele…”.
“Um dia eu estava apoiada na praça e disse: ‘Oh, meu Deus,
será que eu só sirvo para isto? Só para a prostituição?…’ Então foi o momento
em que mais senti Deus a carregar-me, entendeste? Transformando-me. Foi naquele
momento. Tanto que eu não me esqueço. Entendeste?…”.
“Eu agora falo com Jesus e digo-lhe: aqui estou,
acompanha-me. Tu viste o que aconteceu à minha companheira (refere-se a uma
companheira assassinada num hotel). Rogo por ela e peço que nada de mal suceda
às minhas companheiras, Eu não falo, mas peço por elas, pois elas são pessoas
como eu…”.
“Estou furiosa, triste, dorida, rejeitada, ninguém me quer,
não sei a quem culpar, ou seria melhor odiar às pessoas e a mim, ou ao mundo.
Repara, desde que era criança, eu acreditei em Ti e permitiste que isto me
passasse… Dou-te outra oportunidade para proteger-me agora. Bem, eu te perdoo,
mas, por favor, não me deixes de novo…”.
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