Nove mulheres foram convocadas a passar por procedimento
inédito de laqueadura no Distrito Federal na passada quinta-feira (10). O método de
esterilização histeroscópica via vaginal, sem necessidade de cortes nem
anestesia, dura de seis a dez minutos e tem a mesma eficácia do procedimento
tradicional de contracepção definitiva, segundo a Secretaria de Saúde.
O procedimento clínico foi realizado no Hospital Regional do
Paranoá. As pacientes receberam alta cerca de uma hora depois da intervenção. A
cirurgia convencional de laqueadura dura, em média, 60 minutos, com alta
prevista após 24 horas.
O coordenador de Ginecologia e Obstetrícia da Secretaria de
Saúde do DF, Adriano Tavares, explicou que com o uso de um histerescópio,
instrumento para observar a cavidade uterina, duas molas de titânio, com cerca
de quatro centímetros, são colocadas nas trompas de falópio da mulher. As peças
bloqueiam as trompas e impedem o desenvolvimento do feto.
Miriam Jesus Rodrigues, primeira mulher a realizar a nova
intervenção no DF, disse que sentiu apenas uma leve picada e uma cólica menos
intensa que a menstrual. “Tive um pouco de medo e fiquei ansiosa por não
conhecer o método, mas senti apenas uma picada rápida, um pouco de cólica e
sonolência por causa dos remédios”, disse Miriam, que esperava para fazer
laqueadura desde janeiro, depois de ter o quarto filho.
O método começou a
ser denvolvido na década de 90 por uma empresa norte-americana. De acordo Tavares,
o procedimento já é realizado em outras cidades do Brasil, mas nunca tinha sido
implantado no DF. “O procedimento tem 10 anos de existência no mercado mundial
e é novo no Brasil, mas a eficácia é a mesma (da laqueadura cirúrgica)”,
garantiu o coordenador.
Fila
A expectativa do
governo é usar o novo procedimento para acabar com a fila de espera de 1,2 mil
mulheres que precisam de um método definitivo de contracepção por meio do
sistema público de saúde. De acordo com Secretário de Saúde do Distrito
Federal, Rafael Barbosa, o método é positivo por ser um procedimento
ambulatorial menos invasivo que a laqueadura tradicional e que não exige a
existência de um centro cirúrgico ou de método anestesista.
“Acredito que três meses é o tempo suficiente para
atendermos essa demanda de 1,2 mil mulheres (à espera da laqueadura) e para que
esse procedimento se torne de rotina na nossa rede”, disse Barbosa. Segundo o
secretário, após a compra do kit para a realização da esterilização
histeroscópica, um fim de semana é suficiente para acabar com a atual demanda
por laqueadura em todo o DF.
A Secretaria de Saúde realizou a capacitação de 12 médicos
da rede para realizar o novo procedimento. Os atendimentos desta quinta foram
acompanhados por um ginecologista do Hospital Municipal de Nova Cachoeirinha,
no interior de São Paulo, que realiza o procedimento na cidade desde o segundo
semestre de 2011.
Fonte: Globo
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