A Polícia Federal desarticulou
nesta quarta-feira uma quadrilha internacional especializada em tráfico de
pessoas para exploração sexual. O grupo atuava em Fortaleza, mas também
aliciava jovens em Minas Gerais, São Paulo e Bahia para prostituição em duas
boates na Eslovênia.
Cerca de 92 policiais participam da Operação Marguerita,
que cumpre 134 mandados de busca e apreensão, 13 de prisão preventiva, dois de
prisão temporária e 18 de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal
no Ceará.
As vítimas, com média de idade
entre 18 e 20 anos e de origem humilde, vislumbravam nas promessas do grupo
melhores condições de vida na Itália e na Eslovênia. Mas, ao chegarem lá, eram
obrigadas a trabalhar nas boates da quadrilha em horários estipulados, tinham a
liberdade limitada e viviam em péssimas condições, tendo que pagar pelo
alojamento e pela alimentação. De acordo com a PF, recebiam 150 euros por
noite, mas 50% do valor eram retidos pela quadrilha. Parte do dinheiro ficava
com os donos das boates na cidade eslovena Nova Gorica e outra parte era
enviada para Fortaleza, para os donos das agências que aliciavam as mulheres.
A operação contou com a
participação das polícias italiana e eslovena. Entre os presos, há duas
mulheres que recepcionavam as vítimas em Milão, na Itália. Uma terceira está
foragida. A PF aguarda a confirmação da polícia da Eslovênia sobre uma prisão
que seria efetuada no país.
Em Fortaleza, também foram presos
estrangeiros que montavam empresas de fachada, mas, segundo a PF, atuavam com
tráfico internacional de pessoas. O chefe da quadrilha é um esloveno, que não
teve o nome divulgado, e foi preso em Fortaleza. Por meio da quebra dos sigilos
bancário e fiscal, a PF identificou transações financeiras da Europa para
bancos em Fortaleza. As contas pertencem a empresários envolvidos no crime. Os
valores altos chamaram a atenção dos investigadores. Em apenas uma das
transações, o valor excedia R$ 1 milhão. Segundo a PF, os depósitos eram, em
geral, feitos em dinheiro e sacados no mesmo dia, em Fortaleza, de uma só vez.
A PF alerta que o crime de
tráfico internacional de pessoas para exploração sexual é uma “grave violação
de direitos humanos”, sobretudo quando se considera a situação de vulnerabilidade
das vítimas, que acreditam em um emprego digno e são submetidas a condições
degradantes.
Os presos responderão pelos
crimes de tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual,
associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso condenados, podem pegar até 25
anos de prisão.
Segundo a Polícia Federal, o nome
da operação, Marguerita, refere-se à principal boate para a qual as vítimas
eram encaminhadas e exploradas sexualmente na Eslovênia.
Fonte: Jornal Extra
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