sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Conheça as mulheres que fazem sucesso na coleta de lixo em BH

Elas se destacam na função, chamam a atenção da população e são acolhidas com carinho pelos moradores.

Elas se tornaram celebridades, chamam a atenção e fazem o maior sucesso pelas ruas e avenidas da região Centro-Sul. Karen Cristina dos Santos Ribeiro, de 18 anos, Viviane Patrícia da Cruz de Souza e Sinália Pedroso Ramos, ambas com 33 anos, são as primeiras coletoras de resíduos de varrição a trabalhar em um caminhão de limpeza urbana em Belo Horizonte. Homens e mulheres tiram fotos, acenam e mandam mensagens de apoio. Sem se descuidar das tarefas nem perder o equilíbrio, as três garis sempre encontram um jeito de retribuir com sorrisos ou acenos o carinho dos incentivadores. As funcionárias integram o quadro de empregados da KTM Engenharia, prestadora de serviços da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).

Viviane é casada e mãe dois meninos – um de 4 e outro de 8 anos –, além de uma garota de 14. Há mais de dois anos na varrição, ela procurava uma ocupação diferente. Descobriu que havia vaga para o caminhão e logo se animou. “No início, a gente pensa que não é capaz, mas se um saco de lixo está muito pesado, juntas nós o carregamos”, conta. Ela explica que todas foram submetidas a um teste de resistência no próprio veículo, acompanhadas por um técnico de segurança do trabalho. Contudo, a maior prova de fogo foi enfrentar a primeira chuva. “Não nos abalamos, deixamos a postos nosso estojo de maquiagem para continuarmos belas, pois nada irá apagar nosso brilho feminino, nem a chuva nem o sol”, garante.

Mãe de uma menina de 13 anos, de um menino de 12 e outro de 10, a ex-cuidadora de idosos Sinália admite que o primeiro dia foi desafiador, pois suas mãos doeram um pouco. “Porém, somos determinadas e queremos permanecer neste serviço por muito tempo”, afirma. Ela se diverte ao citar a opinião do sogro, para quem “trabalhar em um caminhão da SLU não é coisa para mulher”. Segundo Sinália, há senhoras que ficam de boca aberta, mas o mais importante é que os filhos a apoiaram.

A mais nova da turma é Karen. Antes de ingressar na limpeza urbana, a jovem foi atendente de telemarketing, auxiliar de caixa em um shopping e demonstradora de café italiano. “Hoje me sinto uma artista. Quando o caminhão para próximo a um ônibus, todos ficam olhando, mandando beijo e querendo uma foto”, comemora. “Minha mãe é que se preocupa um pouco, pedindo que eu tome bastante cuidado”, lembra. Outro lado descontraído do serviço são as piadinhas que ouve com frequência, como “quero uma vaga nessa empresa”, “me jogue no lixo” e “agora até eu corro atrás de caminhão”, entre muitas outras.

Cuidados

José Ataíde de Souza, de 47 anos, é o condutor do veículo que recolhe os resíduos de varrição. Motorista de caminhão há 26 anos, ele foi escolhido para trabalhar com as coletoras em virtude de seu perfil calmo e cauteloso. “Geralmente, sou escalado para orientar os garis que estão começando na função, por isso procuro dirigir devagar, sem arrancadas ou freadas bruscas”, esclarece. Souza destaca que é preciso saber subir e saltar do caminhão, da maneira correta e na velocidade adequada, para evitar acidentes. “Acompanho as funcionárias pelo retrovisor. Elas são responsáveis e tranquilas. Só depois de recolherem o lixo, coloco novamente o veículo em movimento. Elas são mais delicadas e merecem um cuidado especial”, comentou.

O superintendente da SLU, Vítor Valverde, elogiou o profissionalismo e a determinação das coletoras. “A mulher conquistou espaço no mercado de trabalho e todas elas, especialmente nossas colaboradoras, nos honram pela competência, ética e busca constante pelo aprimoramento dos serviços prestados”, enfatiza.

Fonte: Estado de Minas

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