Um tribunal do Irã condenou a um ano de prisão uma mulher
com dupla nacionalidade, iraniana e britânica, por tentar ver uma partida de
vôlei, o que viola as leis de segregação que proíbem mulheres de assistir a
eventos esportivos masculinos, informou seu advogado neste domingo (2).
"Hoje, o presidente do tribunal me mostrou a sentença,
na qual minha cliente é condenada a um ano de prisão", disse à agência de
notícias ILNA Mahmoud Alizadeh Tabataí, o advogado da jovem detida, Ghoncheh
Ghavami.
Ghavamí, de 25 anos, estudante de Direito na Universidade de
Londres e graduada na Escola de Londres de Estudos Orientais e Africanos
(SOAS), foi detida em 20 de junho após ir com várias ativistas dos direitos das
mulheres a uma partida da seleção iraniana de vôlei no estádio Azadi de Teerã.
As jovens se manifestaram fora do centro esportivo exigindo
liberdade para que as mulheres possam comparecer como público a este tipo de
evento.
Várias delas foram detidas pelas Forças de Segurança e
liberadas sob fiança após poucas horas, mas Ghavami retornou à delegacia dez
dias depois para reivindicar seus objetos pessoais e voltou a ser detida.
Ela é acusada de "propaganda contra o Estado" e
passou parte de sua detenção em uma cela de isolamento na prisão de Evin, no
norte de Teerã.
Segundo a imprensa britânica, ela começou uma greve de fome
em 1º de outubro, que durou 14 dias, o que foi negado pelas autoridades
judiciais iranianas.
Ela foi julgada no dia 14 no Tribunal Revolucionário de
Teerã.
Sua detenção provocou o início de uma campanha internacional
exigindo sua libertação.
A plataforma www.change.org recebeu uma campanha intitulada
#FreeGhonchehGhavami (Libertem Ghoncheh Ghavami), já assinada por mais de 700
mil pessoas e a organização Anistia Internacional também pede sua libertação.
Fonte: Globo
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