quarta-feira, 18 de junho de 2014

Oferta de turismo sexual aumenta nas cidades-sede do Mundial

Além da bola rolando em campo, as cidades-sede da Copa do Mundo estão assistindo a uma outra disputa: a de prostitutas por clientes estrangeiros. O assédio de garotas de programa a visitantes aumentou durante o Mundial, e tradicionais pontos de encontro estão recebendo novas levas de jovens que trabalham no mercado do sexo. 

Uma pesquisa do Observatório da Prostituição, que reúne pesquisadores de Brasil, Canadá, EUA e Itália, mostrou que muitas profissionais do Rio têm deixado os locais onde trabalham, nos subúrbios, deslocando-se para 20 pontos, a maioria em Copacabana e Ipanema, onde há maior presença de estrangeiros.

Na Vila Mimosa, outro tradicional local de prostituição, o movimento tem sido fraco. O mercado de luxo, no entanto, estaria próspero. O GLOBO ouviu um estrangeiro que frequenta boates e, segundo ele, algumas profissionais estão recebendo propostas para passarem até três semanas com delegações estrangeiras na Região dos Lagos e na Costa Verde. O preço desses programas chega a R$ 30 mil. Nos sites de garotas de programa, a Copa do Mundo também alterou os preços. A paulista Camille Viana, de 24 anos, que trabalha na Barra, conta que, durante os jogos, criou uma tabela: brasileiros pagam R$ 300 por uma hora e meia em sua companhia, enquanto estrangeiros, R$ 500.

EM NATAL, SEXO E FORRÓ A R$ 30

Em Natal, a prostituição faz parte de um pacote, em que sexo, drogas e forró saem a partir de R$ 30, na Rua Manoel Augusto Bezerra de Araújo, conhecida como Rua do Salsa, em Ponta Negra. Na última quinta-feira, O GLOBO esteve no local e presenciou meninas de 18 a 20 anos se oferecendo para torcedores estrangeiros por R$ 10.

A assessoria de imprensa da Secretaria municipal de Trabalho e Assistência Social de Natal informou que foi montado no local um Centro de Referência da Assistência Social. Fiscais verificam se há crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Campanhas contra a prostituição infantil vêm sendo realizadas nas cidades-sede. No Rio, outdoors em inglês foram instalados em diversos pontos, mostrando um homem preso por procurar turismo sexual. No último dia 12, a delegacia da Criança e do Adolescente fechou um bar e um hotel em Copacabana, acusados de permitir a exploração sexual de menores.

O Instituto Brasileiro de Turismo informou, em nota, que não tem uma campanha específica contra a prática da prostituição durante o Mundial, mas repudia e, efetivamente, adota critérios, como não sensualizar as personagens das peças publicitárias, para não vincular a imagem do Brasil à de um destino para o turismo sexual.


Fonte:  O Globo

Nenhum comentário: