“Compromisso cristão – criados à
imagem de Deus, tratados como escravos” é o título do documento apresentado em
Roma nesta quarta-feira, 29, sobre a luta contra o tráfico de pessoas. Fruto de
uma iniciativa conjunta do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e
Itinerantes, a Caritas Internacional e a Rede Ecumênica Coatnet, o documento
pretende sensibilizar as conferências episcopais e as Cáritas nacionais sobre o
fenômeno do tráfico, sugerindo iniciativas possíveis para combatê-lo.
“Segundo as estimativas da OIT
(Organização Internacional do Trabalho), pelo menos 2,4 milhões de pessoas
foram submetidas ao tráfico humano em um determinado momento. Ainda assim, há
somente algumas milhares de condenações de traficantes a cada ano. A maioria
das vítimas não são identificadas e, consequentemente, nunca recebem justiça
pelo dano a elas infligido”, lê-se no documento.
Outro dado informado diz respeito
à movimentação financeira proveniente dessa prática criminosa. A OIT estima
que, por ano, são 32 bilhões de dólares gerados pelo tráfico de seres humanos.
Entre proporcionar alguns
elementos de reflexão sobre a realidade e sobre as causas profundas desta forma
moderna de escravidão, o documento indica quatro possíveis intervenções da
igreja. São elas: atividades para prevenir e aumentar a conscientização sobre o
tráfico de pessoas; projetos para ajudar as vítimas; apoio legal, psicossocial
e espiritual, bem como formação profissional; e criar redes dentro das
organizações vinculadas à própria Igreja, para reforçar a colaboração e a
coordenação das iniciativas.
Tais intervenções podem começar,
segundo indica o documento, sensibilizando comunidades, escolas, paróquias e centros
sociais sobre o tráfico de pessoas, bem como com orações e eventos informativos
e desenvolvimento de projetos de assistência às vítimas.
Outras ações
No dia 2 de dezembro do ano
passado, uma reunião no Vaticano contou com a participação de diversos líderes
religiosos, inclusive do Papa Francisco. Na ocasião, eles assinaram um
documento contra a escravidão moderna e o tráfico de pessoas.
Por iniciativa do Pontífice, que
condenou tal prática por diversas vezes, foi realizado no último dia 8 de fevereiro
um Dia de Oração Contra o Tráfico de Seres Humanos. A jornada foi promovida
pelos Pontifícios Conselhos dos Migrantes e da Justiça em parceria com a União
Internacional dos Superiores Gerais.
Outra forma que Francisco
encontrou para dar visibilidade à problemática foi colocá-la como tema de sua
mensagem para o Dia Mundial da Paz 2015: “Já não escravos, mas irmãos”.
Fonte: Agência Fides
Nenhum comentário:
Postar um comentário