segunda-feira, 25 de julho de 2011

HOMEM QUE É HOMEM ... NÃO É MACHISTA


Fabio Veronesi
Não pelas mulheres! Não. Não é pelas mulheres que lutamos contra o machismo. Não é pelos muitos males que o machismo historicamente ocasionou e ainda hoje ocasiona às mulheres. Nisso não há muita novidade, visto que faz um século que já é dito das muitas formas que há para se divulgar informação: passeatas com cartazes, sutiãs queimados em praça pública, peças de teatro, filmes, palestras, teses de mestrado, novelas, artigos de revista, jornal, livros e principalmente nos discursos cotidianos dentro dos lares. Todos já sabem disso e mesmo assim o machismo ainda existe em nossas civilizações. Está sem dúvida diferente daquele do início do século passado, mas sobrevive, insiste e se perpetua para as próximas gerações em nossas modernas sociedades neoliberais.

Sim. É pelos homens que lutamos contra o machismo! É aí que está a novidade. Quem sabe com isso a gente desatola o movimento de revolução social contra o machismo que, depois de tantas lutas e conquistas de direitos para mulher, está estagnado.
O que pouco se disse sobre o assunto é que O MACHISMO PREJUDICA OS HOMENS!

Acorda homem! Faz um século que as mulheres lutam contra o machismo e nós estamos somente na defensiva! O que nos prende é a ilusão de que o machismo nos beneficia.
Acorda homem! Pensa no que mudou da primeira década de 1900 para a primeira década de 2000. Naquela época a criação dada às meninas podava sua capacidade de atuação na esfera social, mas lhe dava plena competência na esfera doméstica; já com os meninos ocorria o contrário: eram incentivados a atuar na esfera social e completos incompetentes na esfera doméstica, incapazes de sustentar um lar sem depender de alguma mulher, fosse mãe, esposa ou empregada doméstica.

O que mudou foi que hoje as mulheres atuam de forma eficaz e competente em todos os ramos da esfera social: empresarial, político, artístico, etc. Toda mãe e todo pai exige que sua filha estude, tenha possibilidade de trabalhar, gerar renda, projetar-se socialmente de forma a “não depender de homem algum”.
E os homens? Criaram nesse um século que nos separa de 1900 a capacidade de responsabilizar-se pela manutenção de um lar, competência e eficácia para atuar na esfera doméstica, de forma a não depender de mulher nenhuma? Ou ainda continuamos dependentes de uma mãe, uma esposa ou uma empregada doméstica para que nossas casas não se tornem uma imensa bagunça: pia cheia de louça por lavar, chão sujo, comida de má qualidade, e tudo mais que é de praxe se encontrar na casa de homens recém saídos da casa dos pais que tentam montar suas próprias casas?
Não estamos exatamente iguais há um século atrás, sem dúvida muitos homens hoje em dia sabem “se virar” na cozinha, organizam suas casas sozinhos ou ajudam suas mulheres nisso. Mas, a grande maioria dos homens é assim? Ou são apenas alguns?
Agora, a grande maioria das mulheres tem capacidade de arrumar emprego, fazer carreira profissional, ter seu carro, sair, beber nos bares, ir a shows, bailes, apresentarem-se como artistas, cantoras, atoras, participar da vida pública, da política e tudo mais que seja da esfera social.
Percebe-se claramente a defasagem do homem.

Nenhum comentário: